Ordem para dupla execução cometida em Igrejinha partiu de dentro da cadeia

Armas e celulares apreendidos na primeira investida da polícia, em fevereiro (Fotos: Polícia Civil)

Igrejinha – A Polícia Civil de Igrejinha concluiu mais uma importante etapa da investigação do duplo homicídio ocorrido na madrugada do último dia 11 de fevereiro, quando dois homens de 18 e 23 anos foram executados com diversos disparos de fuzis e pistolas no rosto. O crime foi cometido no bairro Viaduto e chegou a deixar as vítimas desfiguradas, sendo necessário o trabalho da perícia para a identificação das mesmas. Na sexta-feira, 19, após um trabalho minucioso de monitoramento, o delegado Ivanir Luiz Moschen Caliari e sua equipe conseguiram prender o criminoso apontado como o mandante do crime. D.R.P., vulgo Dogão, 32 anos, teria sido o mandante, quando ainda estava recolhido cumprindo pena no presídio de São Francisco de Paula. A motivação, conforme apurado, seria desavença entre facções criminosas.
Dogão seria um dos principais representantes de uma organização criminosa oriunda do Vale dos Sinos na penitenciária referida, tendo dado o “aval” para que executores cometessem o crime contra os outros dois, que seriam de uma facção rival.

Inquérito remetido nesta quarta ao Judiciário

Delegado Caliari (Foto: Melissa Costa)

O investigado Dogão obteve autorização para cumprimento de pena em regime domiciliar com monitoramento via “tornozeleira” no início do mês de março, tendo optado por residir em um condomínio de Igrejinha. Após sua captura, ele foi novamente encaminhado ao presídio de São Francisco de Paula para responder aos dois homicídios. Além dele, no dia 23 de fevereiro, três suspeitos de envolvimento nas execuções foram presos em Novo Hamburgo e em São Francisco de Paulo. “É uma forte resposta aos desmandos das facções, com essas questões de rivalidades envolvendo outras organizações criminosas concorrentes”, ressalta o delegado Caliari, que estará remetendo o inquérito com os quatro indiciamentos ao Poder Judiciário nesta quarta-feira, dia 24. “Não temos ninguém mais para investigar, mas não descarto o afastamento da hipótese de ter mais desdobramentos, embora o processo já esteja sendo remetido ao Fórum. Sempre é possível surgir outro elemento”, conclui.