Novo delegado de Taquara trabalha na prevenção contra crimes cibernéticos

Foto: Lilian Moraes

Por Weslei Fillmann

A facilidade em obter informações pessoais e conversar de maneira privada, de qualquer lugar, propicia benefícios e problemas para aqueles que estão, frequentemente, em contato com pessoas desconhecidas através da internet.

 

Essa facilidade acaba gerando golpes que lesam em milhares de reais pessoas escolhidas por golpistas através das redes sociais. O novo delegado de Taquara, Marcos Falcão, citou o caso de um amigo no Rio Grande do Norte que passou por um problema desse tipo. Ele perdeu R$ 45 mil ao tentar comprar um imóvel por um preço muito a baixo do praticado pelo mercado.

O golpista entrou em contato pelo WhatsApp após esse amigo do delegado indicar, em um grupo de amigos, que estava buscando um imóvel para abrir um negócio de alimentos gelados, como açaí e sorvetes. O local indicado parecia perfeito para começar o negócio. Porém, depois de pagar o valor, ele foi até o endereço e encontrou uma família que morava no imóvel.

Em contato com a polícia, foi identificado que ele caiu em um golpe. Falcão destacou que, para saber se o imóvel realmente existe, basta entrar em contato com o setor responsável na Prefeitura e verificar se a estrutura está com a matrícula regularizada. Além disso, fazer uma visita pessoal até o endereço pode ser útil. O preço cobrado, se for muito abaixo do praticado pelo mercado, também pode ser um sinal de alerta ao comprador.

O mesmo procedimento pode ser adotado na compra de um carro. Basta entrar em contato com o Detran e pedir informações a partir da placa do veículo ofertado na rede.

 

Agilidade em perceber que se trata de um golpe e não compartilhar “nudes” ajuda na prevenção aos crimes digitais

O delegado comentou que um dos primeiros procedimentos para evitar um golpe, via mensagens privadas, é solicitar uma chamada de vídeo. A primeira reação do golpista é recusar, falando que há algum problema na câmera. Outro método é verificar as fotos que estão sendo enviadas.

Em caso de uma troca de imagens íntimas (algo totalmente desaconselhável pelo policial, não importa a situação) é verificar a pessoa que foi fotografada. Falcão citou que, em um dos casos, uma vítima recebeu fotos de quatro pessoas diferentes e não percebeu. Além disso, os cenários são diferentes e as posições tiradas das fotos também, o que deveria ter sido percebido pela vítima.

 

Atenção aos links

Hoje, sites falsos são criados facilmente na internet. Há ferramentas que copiam o layout perfeitamente de sites conhecidos, como os especializados em empréstimos. Eles direcionam o usuário para a página onde será feita a coleta dos dados pessoais.

Além disso, como destacou o delegado, pode ser exigida a inserção de, ao menos, dois contatos de telefone, o que gera uma progressão automática para um futuro golpe. Para “liberar” o empréstimo, é necessário pagar uma taxa.

“O crime não é perfeito. Ele deixa vestígios, inclusive, na rede. O meliante tenta aproximar, ao máximo, aquele ambiente (falso) do real”, afirmou Falcão. Um método de identificar uma página falsa é passar o mouse sobre um local de clique e, logo à baixo da tela, ver qual o endereço que aparece. Se for uma sequência infinita de letras e números, há grandes chances do usuário estar em uma plataforma falsa.

Para diminuir as chances de acessar um desses locais, a dica é não acessar links de sites de compra no WhatsApp. Entre, através de um navegador, no site verdadeiro e verificado para evitar problemas.

Ressaltos

Ao mesmo tempo que a internet facilita, ela torna fácil a aplicação de golpes. Ela maximiza a tua deficiência“, afirmou o delegado. Quando o golpe é consumado, é extremamente difícil recuperar o valor perdido. Após o golpista receber o dinheiro, ele fraciona em dezenas de contas o valor, concentrando novamente no final da cadeia de transferências e realizando o saque. Para cada uma dessas contas, a polícia precisa de uma autorização judicial para obter os dados, dando mais tempo para o criminoso. Por isso, é trabalhada a prevenção, para que a vítima não caia no golpe.

Outra dica para dificultar o crime por parte do praticante é sempre ativar a verificação em duas etapas dos aplicativos pessoais, como WhatsApp, Telegram e Facebook. Para cada passo necessário, há mais chances do criminoso desistir de obter as suas informações.