Moradora denuncia venda ilegal de propriedade no interior de Igrejinha; irmãs investiram R$ 30 mil

Irmãs chegaram a fotografar a área de terras que seria delas (Foto: Divulgação)

Igrejinha/Três Coroas – Duas irmãs acreditam que tornaram-se vítimas de um estelionatário. Há pouco mais de um ano, através de anúncio na internet de venda de propriedades, as duas resolveram juntar as economias para adquirir um lote de 2 mil metros quadrados no interior de Igrejinha.

As irmãs residem em Três Coroas e, após a assinatura de um contrato de venda e o pagamento de R$ 30 mil em dinheiro – R$ 15 mil de cada uma – elas seguem sem respostas e sem liberação para construir. Pior ainda: dias atrás descobriram que a área adquirida por elas já tinha dono e foi vendida falsamente para mais pessoas. “Compramos a área em meados de fevereiro de 2020 e, até poucos dias atrás, estávamos aguardando pelas promessas do homem que nos disse que era corretor. Soubemos da área que estava a venda e, assim que confirmamos o interesse, ele logo se predispôs a acelerar os trâmites. Para nós, ele disse ser o corretor de uma conhecida imobiliária, no entanto, fomos atrás e parece que ele nem é vinculado a esta imobiliária”, conta a moradora, que prefere não se identificar.

As irmãs contrataram uma advogada para tentar conseguir os valores de volta, assim como também registraram ocorrência na Delegacia de Polícia. “São 12 meses de enrolação. Antes de comprar, fomos até a área com o corretor. Não chegamos a ir até a imobiliária, ficou apenas combinado que em determinado dia iríamos no tabelionato de Campo Bom. Neste dia, ele (o suposto corretor) estava com pressa, mas fizemos a assinatura”, conta ela. O corretor prometeu abrir a estrada e puxar a rede de energia elétrica. “Mas nada. Em agosto do ano passado, comecei a cobrar ele. Chegou uma hora que falei que queria desfazer o contrato e ele passou a dizer que isso não era com ele”.
Nas últimas semanas, o suposto corretor não responde mais as irmãs por mensagens e também não atende o celular.

Dois inquéritos na delegacia

Para surpresa das irmãs, na entrada das terras, foi fixado um cartaz informando de que as propriedades pertencem a uma família. “Nossa, foi horrível saber disso. Ele nos dizia que era sócio-proprietário dessa imobiliária (na qual havia logo dela no contrato) e de outras. Entrei em contato com a imobiliária e eles me informaram que esse homem não faz parte da equipe”, conta ela, lamentando tudo que ocorreu. “Esse dinheiro é a economia de uma vida. Somos pessoas honestas e acreditamos que estávamos negociando com pessoas igual a nós. Queremos nosso dinheiro de volta”.

O delegado Ivanir Luiz Moschen Caliari, que responde pelas delegacias de Igrejinha e Três Coroas, conta que há dois inquéritos abertos na Polícia Civil sobre estes possíveis crimes de estelionato. “Estamos com dois casos registrados e vamos investigar para responsabilizar os autores. Estes são casos em que também se orienta a entrar com ação civil para tentar resgatar os valores”.