Monitoramento com tornozeleira eletrônica está sendo aplicado para esvaziar delegacias

Fábio Radke
de Taquara

A colocação de tornozeleiras eletrônicas para monitorar presos das casas prisionais da Região Metropolitana foi apresentada recentemente como uma das ações na tentativa de solucionar a falta de vagas prisionais no sistema penitenciário gaúcho e como consequência diminuir o acúmulo de presos em celas de custódia das delegacias regionais. O sistema de colocação dos equipamentos começou no dia 29 de agosto, após uma reunião entre o juiz da 1ª Vara de Execuções Criminais (VEC), Carlos Fernando Noschang Júnior, superintendente da Susepe, Cesar Veiga, promotor Luciano Gallicchio, além de representantes da Polícia Civil e oficiais da Brigada Militar, em Porto Alegre. A Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento (DPPA) de Taquara, em determinado momento, chegou a apresentar 14 presos à espera de vagas. E como consequência disso, reflexos na sociedade com rua interditada para não representar risco à população e presos dentro de viaturas. Na manhã da última quinta-feira (5), haviam somente 5. Vale ressaltar que a destinação das tornozeleiras eletrônicas prioriza presos que já estão em algum regime de pena e não aqueles presos recentemente retidos em delegacias.

Proposta representa
reflexos nas delegacias

De acordo com o juiz da 1ª Vara de Execuções Criminais (VEC) regional, Carlos Fernando Noschang Júnior, a medida vai representar reflexos nas delegacias. “É um programa de progressão de regime para presos no semiaberto às vésperas de irem para o aberto, por exemplo, e também para aqueles que possuem um perfil trabalhador. Essa integração permite que sejam abertas vagas no sistema fechado apresentando reflexos nas delegacias”, explicou o magistrado. Hoje, as delegacias possuem celas de custódia aonde os presos ficam retidos até que sejam abertas vagas em alguma casa prisional. A relação de presos com um perfil que se enquadre dentro das exigências do programa é enviada pela Susepe para que as Varas de Execuções Penais autorizem o procedimento. Segundo o juiz, a medida anunciada recentemente contempla a Região Metropolitana com reflexos na área do Paranhana e também Vale do Sinos.

Quadro mais normalizado

O que defendem as autoridades

Juiz da 1ª VEC regional, Carlos Fernando Noschang Júnior. “É uma análise a quatro mãos que passa pela Susepe e Judiciário. O objetivo comum é a identificação dos detentos com um perfil indicado para o encaminhamento para um regime mais brando. A previsão é que sejam implantadas em torno de 100 tornozeleiras eletrônicas permitindo a abertura de novas vagas em casas prisionais. Estes presos que cumprem pena em estabelecimentos da região devem atender os critérios para o uso do equipamento. A colocação das primeiras tornozeleiras começou na semana passada”, declarou.

Delegada Rosane de Oliveira, responsável pela DPPA de Taquara.
“A tornozeleira eletrônica é uma alternativa válida para aqueles detentos que cumprem a lei.Caso contrário, o mesmo volta logo para o regime fechado. É importante ressaltar que não é nossa responsabilidade cuidar desse preso que chega a delegacia. Nossas celas são apenas para custódia até que seja obtida vaga em algum presídio com toda uma estrutura prisional. Hoje, as Polícias estão executando seu trabalho que é a prisão dos criminosos que estão agindo nas ruas.”

 

Foto em destaque: Susepe