Força-tarefa conclui investigação de 10 execuções cometidas em Parobé

Parobé – A Polícia Civil realiza uma força-tarefa para concluir inquéritos que investigam a autoria de pelo menos 10 execuções ocorridas há alguns anos. Todos os crimes estão ligados com dívidas no tráfico de drogas ou por disputa territorial entre facções rivais.

O delegado Gustavo Bermudes Menegazzo da Rocha explica que os crimes foram cometidos em meados de 2017, 2018 e 2019. “Desde o ano passado, foquei um cartório específico para fechar alguns crimes ocorridos em anos anteriores, alguns até que não eram da minha época, que estavam parados por falta de mão de obra, falta de tempo. Alguns desses homicídios foram cometidos, pelo que se apurou à época, nesse contexto de organização criminosa, tráfico de drogas, dessa facção que tem sede no Vale do Sinos”.

Em 2018, a Polícia Civil de Parobé prendeu os dois principais matadores da facção, vulgos Carioca (de São Leopoldo) e Paulista (Porto Alegre). “Mas alguns inquéritos seguiram em aberto e, mais cedo ou mais tarde, esses caras ganhariam liberdade porque sequer ainda havia remessa do inquérito e denúncia do Ministério Público. Um deles, para nossa surpresa, realmente já foi solto [Carioca]”. Conforme Gustavo, ele recebeu liberdade provisória e teria voltado a praticar delitos. “Ele não está em Parobé, mas estaria praticando delitos da mesma natureza”.

“Que permaneçam presos”

O intuito do delegado é justamente conseguir manter os dois na cadeia até o julgamento. “O objetivo é fechar o maior número de inquéritos de homicídios em que temos, obviamente, a participação destes dois personagens, solicitando prisão preventiva em cada um dos procedimentos, para que havendo processo pela frente, júri, permaneçam reclusos justamente para não voltarem a praticar esses delitos, que sabemos que é o meio de campo deles”, disse.

“A PROVA PERICIAL É IRREFUTÁVEL”, DIZ DELEGADO

Neste ano, a Polícia Civil recebeu também um laudo pericial solicitado em 2018 e que se torna importante prova contra os matadores. “Fechamos diversos procedimentos também em decorrência deste lado pericial que retornou para nós. Quando eles foram presos [em 2018], foram apreendidos um fuzil e duas pistolas 9mm e, em comparação balística, se identificou que projéteis que estavam nos corpos das vítimas, haviam saído dessas armas”, contou o delegado. “Ou seja, as armas apreendidas com os acusados estavam na cena do crime e se elas foram pegas com eles, obviamente os executores seriam eles. É prova técnica, é irrefutável. Não tem como dizer que não saiu daquela arma”, pontuou.

As motivações para as execuções foram por dívidas dentro da mesma facção ou por disputa com facção rival. “Hoje, a gente acredita que não temos mais duas facções. As últimas execuções, ocorridas em 2020, ocorreram por dívidas na mesma”. Gustavo reitera que o objetivo de tudo é prender Carioca novamente e manter Paulista preso. “Criamos essa estratégia para segurá-los o maior tempo possível no sistema penitenciário, com base nos fechamentos dos inquéritos todos, e, obviamente, trazer um pouco de paz à comunidade”.