Fábrica de móveis de Igrejinha pode ter lesado cerca de 100 vítimas; polícia investiga o caso

Policiais e fiscais realizaram uma ação na sede da empresa nesta semana (Foto: Polícia Civil)

Igrejinha – Uma fábrica de móveis de Igrejinha está sendo investigada pela Polícia Civil por suspeita do crime de fraude (estelionato). Conforme denúncias das vítimas, os produtos da Shabby Chic são vendidos por transações via e-commerce, elas fazem os pagamentos, mas não recebem as encomendas. Até o momento, oficialmente, há 30 ocorrências registradas, mas, informalmente, estima-se até 100 vítimas.
O inquérito está sob investigação do delegado Ivanir Caliari. Segundo ele, a empresa é investigada por fraudes na entrega de móveis em madeira junto à clientes em todo o sul do Brasil e São Paulo. “Essas ocorrências foram feitas pela delegacia online e como a empresa tem a sede aqui, o caso foi direcionado a nós no ano passado. Inicialmente, em razão da pandemia, estávamos tratando o caso como inadimplência civil. Mas, no decorrer das investigações, verificamos que essa conduta já havia precedente desde 2018, em Campo Bom, com outra empresa do investigado”.

Empresa é interditada por irregularidades

Na terça-feira, durante ação, a sede da empresa foi interditada. Policiais civis da delegacia de Igrejinha realizaram diligência, em conjunto com integrantes da Secretaria do Meio Ambiente, e, segundo informado pelo delegado, não foram apresentados documentos compatíveis com a produção e número de funcionários da fábrica, que expedia Notas Fiscais com CNPJ de Micro Empresa Individual/MEI. Ainda, conforme Caliari, inexistia qualquer comunicado de presença da empresa junto à prefeitura, sendo assim, atuavam sem qualquer alvará, inclusive sem específica licença exigida pelo órgão de fiscalização do Meio Ambiente, fundamental para atividades com matéria prima em madeira. O proprietário e locador do prédio foi notificado acerca da interdição da fábrica e do impedimento do exercício de produção até a correta regularização junto aos órgãos responsáveis. O criador da empresa não estava na cidade.

Conclusão do inquérito será feita em poucos dias

Em depoimento, o proprietário da empresa relatou as vendas feitas por e-commerce e que essa empresa, que fazia a intermediação dos pagamentos entre os compradores, garantia que se o produto não fosse entregue ocorreria o ressarcimento dos valores. “Mas essa conduta não procede”. A polícia não divulgo um valor estimado total dos prejuízos provocados pela empresa. No entanto, dos casos registrados, as vítimas foram lesadas em valores que variam de R$ 1.500 a R$ 8.500. Além disso, há o fator psicológico. “A gente sabe o quanto esse tipo de coisa mexe com o emocional das pessoas, com a expectativa de ter um lugar bonito em casa, do bem-estar. A frustração toma uma proporção muito grande”, pondera Caliari, citando que o inquérito deve ser concluído na próxima semana.