Enquanto aguarda exame de DNA, Polícia Civil já busca pistas de autoria da execução em Parobé

Vítima estava no porta-malas do próprio veículo

Parobé – Ao mesmo tempo em que a Polícia Civil tenta ainda confirmar a identificação da vítima, já atua para descobrir a motivação da execução de um homem ao amanhecer do último domingo, dia 14, no interior de Parobé, quase na divisa com Taquara. Por volta das 8 horas, a Brigada Militar foi acionada porque havia um veículo em chamas na rua Da Igrejinha, na localidade de Morro Negro. O incêndio, que havia tomado todo o veículo Siena, foi contido e para surpresa dos policiais e bombeiros, no porta-malas havia um corpo. Devido as proporções do fogo, eram apenas restos mortais, que impossibilitaram reconhecimento visual.
O delegado Gustavo Menegazzo da Rocha, que está à frente da investigação, explica que a equipe somente poderá confirmar a identificação através de exames de DNA. Há a suspeita de que o corpo seja do morador de Parobé, Gilmar dos Santos Rosa, 41 anos, mais conhecido como Chitão. “Essa é nossa principal suspeita, mas precisamos do resultado por compatibilidade de DNA”.

FAMÍLIA REGISTRAVA SUMIÇO E BM CHEGOU COM OCORRÊNCIA DO CORPO
O nome de Chitão chegou à Polícia Civil porque o Siena estava sendo usado por ele e, no momento em que a Brigada Militar chegou na Delegacia de Pronto Atendimento de Taquara para registrar o crime, carro queimado com a localização dos restos mortais, a família dele registrava seu desaparecimento. “Foi tudo quase que simultaneamente”, comenta o delegado. Segundo informado, a possível vítima havia saído de casa no sábado, dia 13, às 20h30, para cobrar uma dívida de R$ 1 mil em Sapiranga e, desde então, a família não conseguiu mais contato.

Agiotagem pode estar ligada à morte

Segundo o delegado Gustavo, a possível vítima era bastante conhecida em Parobé por atuar como agiota – que é a prática ilegal de empréstimos a juros extremamente altos. ”Acreditamos que a motivação do crime possa estar relacionada a isso, caso o DNA venha confirmar que os restos mortais realmente sejam dele”, comenta o delegado, que esteve no local do crime também na segunda-feira na tentativa de conseguir mais informações.

 

Preso após tiroteio e uma morte na cidade

Gilmar foi preso sob a acusação de homicídio em Parobé. Conforme a denúncia, o crime ocorreu no dia 9 de janeiro de 2016, no bairro Paraíso. Em uma troca de tiros, motivada por uma cobrança de dívidas, a vítima, identificada como Carlos Darci Weber, 53 anos, teria dado um primeiro disparo e, na sequência, foi alvejada com três tiros no abdômen. Na hora, o acusado do crime conseguiu fugir em um caminhonete Hilux. No entanto, testemunharam apontaram a autoria a Gilmar.

Soltura em agosto de 2020

Ele foi preso em maio do mesmo ano, através de mandado de prisão preventiva e, logo depois, se tornou réu por homicídio. Durante os quatro anos que ficou preso, em regime fechado, a defesa de Gilmar tentou habeas corpus, mas somente conseguiu a soltura em agosto do ano passado, quando a juíza aceitou a tese de legítima defesa e não pronunciou ele a júri. O Ministério Público também pediu sua absolvição.