Em Taquara, foco principal é combate ao tráfico de drogas e roubo de veículo

Delegada Rosane tem 21 anos à frente da PC | Foto: Melissa Costa

Taquara – O município de Taquara, assim como o Estado na sua grande maioria, também vem reduzindo seus índices de criminalidade. “Percebemos uma queda nos últimos meses”, comenta a delegada Rosane de Oliveira.Entretanto, entre os crimes que mais preocupam e são o foco principal da Polícia Civil, estão o tráfico de drogas e o roubo de veículo, assim como outros assaltos com uso de violência e ameaça, como o roubo à residência. “Pela realidade de Taquara, elencamos como prioridade de atuação o tráfico de drogas e o roubo de veículo. Claro, conforme os crimes ocorrem, vamos nos dedicando. Mas as ações constantes, o trabalho do dia a dia, têm o foco no combate ao tráfico de drogas e a identificação e prisão de acusados de roubos”, explica a delegada, que já está há um ano e três meses à frente da delegacia taquarense.

 

Crimes mais violentos, como homicídios, estão dentro dos índices considerados aceitáveis nas estatísticas da segurança pública. No ano passado, foram três registros de homicídios e todos foram solucionados pela equipe da Polícia Civil.

 

Cerca de 12 acusados de roubos identificados e presos nos últimos meses pela equipe

Em relação aos roubos, a delegada destaca a identificação e prisão de cerca de 12 acusados por crimes praticados em Taquara. Recentemente, três criminosos foram presos após assalto a um estabelecimento, quando roubaram chaves de veículos. “Foi uma investigação bem criteriosa e, com muito empenho, conseguimos materialidade”, disse a delegada.

Entrevista com Rosane de Oliveira, delegada de Taquara

Jornal Repercussão: Você está há pouco mais de um ano à frente da DP de Taquara. Qual tem sido o enfoque principal de trabalho?
Delegada Rosane: Sou uma delegada do estilo operacional e, desde que cheguei em Taquara, temos feito um trabalho focado, principalmente, no combate ao tráfico de drogas e nos crimes de roubos, principalmente no roubo de veículo. Estes são dois crimes que nos causam preocupação e, em equipe, nos dedicamos para dar o máximo de resposta possível. Investigamos todos os crimes conforme ocorrem, mas no dia a dia, o combate são nestes dois indicadores.

JR: Sobre os roubos, a delegacia tem cumprindo alguns mandados de prisão. Nos conte um pouco sobre esse trabalho:
DR: Não somente eu, mas toda a minha equipe, pois sempre digo, técnico não joga sozinho. Nós temos nos dedicado para elucidar, para identificar essas pessoas que comentem roubos na nossa cidade. Nos últimos meses, já cumprimos 12 mandados de prisões de acusados por crimes contra o patrimônio e, em todos os casos, temos embaçamento e materialidade. Não conseguimos impedir que todos os crimes aconteçam, mas sempre digo, fazemos nosso trabalho e a resposta chega. Nós damos essa resposta.

JR: Podemos dizer, hoje, que a criminalidade sob controle em Taquara?
Delegada Rosane: Podemos, sim. Temos a preocupação com o tráfico de drogas e os roubos, mas estamos em queda de indicadores criminais, assim como em muitos municípios do Rio Grande do Sul. Por exemplo, nos crimes contra a vida, tivemos três homicídios no ano passado e todos nós conseguimos dar resposta. Quando digo que a gente tem grande preocupação com os roubos, um dos motivos é justamente o risco dele terminar em morte. Pois, durante um roubo, a vítima em qualquer momento pode tentar reagir ou acontecer algo de insperado, e o disparo vir a acontecer. Nós atuamos para dar respostas e a polícia costuma dar essa resposta, pode, as vezes, demorar um pouco, mas ela acontece. O criminoso acaba sendo descoberto, ele não passa uma vida toda ileso. Mais cedo ou mais tarde, será morto ou preso.

JR: Nos roubos, por exemplo, a maioria dos criminosos identificados e presos possuem antecedentes criminais? O que você pensa sobre isso?
DR: Sim. Cerca de 80% já possuem antecedentes criminais. Isso é geral, a grande maioria dos indivíduos já cometeram outros crimes, foram identificados, presos e acabaram recebendo novamente a liberdade. Nós precisamos de um sistema carcerário mais eficiente, assim como leis que não sejam tão brandas. Infelizmente, muitas vezes, o que fazemos é “retrabalho”.

JR: Antes de assumir a DP de Taquara, você atuou por muitos anos em uma linha direcionada à violência contra a mulher. Como é essa realidade em Taquara?
DR: Tenho 21 anos de Polícia Civil, sendo 10 deles dedicados à delegacia especializada em atendimento à mulher em Novo Hamburgo, que abriu no ano que cheguei, em 2006. Em Taquara, temos, em média, de um a duas ocorrências de violência doméstica por dia. E o que nos preocupa é essa cifra negra, dos casos que não chegam até nós. Nas ocorrências que são registradas, procuramos dar a maior agilidade possível e encaminhá-las rapidamente ao Judiciário, quando há solicitação de medida. Neste tema, também, elogio a atuação da Brigada Militar aqui, que tem sido eficiente neste atendimento ágil.

JR: Nestes 21 anos de carreira na polícia, qual foi a ocorrência que mais lhe marcou?
DR: Foram várias, mas a que marcou minha carreira e que muitos ainda ligam meu nome à ela, foi o caso Sanfelice, em Novo Hamburgo (da jornalista Beatriz de Oliveira Rodrigues que foi morta queimada pelo marido e empresário Luiz Henrique Sanfelice, no ano de 2006, no Santuário as Mães). Fui a delegada titular e essa investigação, com certeza, é uma das que mais marcou minha carreira.