Taquara – Três pessoas foram executadas neste ano em Taquara. O cenário delas quase o mesmo: muitos disparos de arma de fogo e todas vítimas homens. Em duas, a motivação está ligada ao tráfico de drogas. A terceira, conta com duas frentes de investigação: morte por engano ou vítima de um crime passional (quando o assassinato é cometido sob forte emoção).
O delegado José Marcos Falcão de Melo, que coordena as três investigações, revela que a equipe já está com duas investigações avançadas, inclusive com prisões preventivas cumpridas. No dia 22 de fevereiro, um homem foi morto com tiros no bairro Jardim do Prado. Ele tinha antecedentes criminais por tráfico e, conforme Falcão, a morte ocorreu porque a vítima tentou mudar de facção. “Ele foi preso por tráfico e, na galeria da prisão, conheceu integrantes da facção rival. Quando saiu do presídio e buscava posição nesta facção, os rivais lhe mataram. A ordem partiu do líder de dentro da cadeia”, conta Falcão, que cumpriu três mandados de prisão. “Prendemos os dois envolvidos no crime aqui fora e o mandante, que já estava preso”.
No dia 29 de abril, Edson Fabiano Hartz, 32 anos, foi morto dentro do seu carro com diversos tiros de pistola 9mm. Ele não tinha antecedentes criminais. “Inicialmente, trabalhamos com a hipótese de que ele foi morto por engano, o alvo seria outra pessoa. No decorrer da investigação, passamos a seguir também a segunda linha de crime passional. Efetuamos uma prisão e estamos perto de esclarecer este caso”.
A primeira execução do ano, em 11 de fevereiro, é a que está mais distante de elucidação. Um detento do semiaberto foi morto com seis tiros ao sair da cadeia, às 6h45. No carro, foram mais 25 disparos. “Todos os indícios são de que pode ter ocorrido um desacordo dentro da facção”. A polícia ainda busca a autoria do crime.
Delegado Falcão busca por detalhes e provas para concluir investigações
A morte na saída da cadeia é a que menos tem evoluído. Falcão pontua que o grupo criminoso agiu de forma premeditada. “Pela dinâmica deste crime, acreditamos que há, no mínimo, quatro envolvidos. O grupo sabia a hora que a vítima saía da cadeia e também preparou o ataque em um ponto privilegiado para eles, pois entraram e saíram do lugar sem serem vistos”, disse o delegado, citando que o grupo e veículo são de fora da cidade. “Mas seguimos investigando e buscando provas”.
Assassinatos cometidos na região em 2022
Além dos crimes em Taquara, a região de cobertura do Grupo Repercussão registrou outros sete assassinatos em 2022.
SAPIRANGA
19 de fevereiro – Valdecir Simões dos Santos, 44 anos, foi morto a tiros pelo sobrinho no bairro Amaral Ribeiro. Na delegacia, o acusado alegou legítima defesa.
CAMPO BOM
9 de fevereiro – Um homem foi encontrado morto na Av. dos Estados, próximo ao Parcão. Ele foi assassinado com golpes de faca. A investigação segue em andamento.
20 de abril – Gregóri Tairone Bortoleti, 30 anos, foi morto com quatro tiros dentro de casa, no bairro Alto Paulista. Ele havia saído da cadeia há um mês e na residência foram apreendidas armas, colete à prova de balas, drogas e dinheiro. Investigação está em andamento.
PAROBÉ
24 de março – Marcos Fernando Bampi, 36 anos, e a namorada Jeniffer dos Santos Silva, foram torturados e executados. Os corpos, com as mãos amarradas e com diversos disparos de arma, foram encontrados em uma usina de reciclagem abandonada às margens da RS-239. O carro foi incendiado próximo aos corpos. A investigação está em andamento. As vítimas não eram de Parobé e acredita-se que o local foi usado para execução, por já ser conhecido pela desova de corpos.
IGREJINHA
12 de abril – Lucas Martins Fogaça, 27 anos, de Canela, foi morto a tiros na Estrada Serra Grande. O carro dele foi queimado em Parobé. Quatro suspeitos foram identificados.
ROLANTE
16 de abril – Alã da Silva Machado, 19 anos, foi morto com três tiros pelo padrasto. Foi socorrido, mas morreu no hospital. Após fugir, o acusado se entregou na DP de Canela.