Uma ação da Polícia Civil de Rolante desarticulou e indiciou 33 acusados, integrantes de uma organização criminosa envolvida em crimes de tráfico de drogas, homicídios, extorsões e roubos, além de alguns delitos de ameaça e porte de arma.
A investigação policial, que que durou cerca de 8 meses, foi caracterizada como importante para a segurança da população de Rolante e outras cidades da região.
Após um minucioso trabalho da delegacia de polícia, foram identificados criminosos do primeiro ao último escalão. “Conseguimos identificar toda a organização criminosa. De ponta a ponta. O que significa que temos aí as grandes lideranças que exercem as atividades de dentro do sistema prisional, os traficantes maiores em liberdade, na cidade ou fora, e os traficantes menores, mas todos identificados”, avaliou o delegado Vladimir Medeiros, que esteve à frente das investigações.
No dia 13 de abril, a Polícia Civil efetivou a prisão de quatro indivíduos, cumprindo mandados de prisão preventiva. Conforme o delegado, três deles já estavam presos e tiveram novos mandados de prisão cumpridos. Um quarto investigado, que estava na região metropolitana, foi preso e encaminhado ao sistema prisional pela autoridade policial.
Delegado avalia resultados do investigação
- Medeiros ainda avalia os resultados da investigação. “Extremamente exitoso. Um trabalho extremamente técnico. De dedicação da equipe, com resultados fantásticos. Um dos maiores inquéritos de organização criminosa envolvendo tráfico de drogas e homicídios de toda a região nos últimos anos”, comentou.
Com a conclusão das investigações, agora, o inquérito policial tramita junto à 17.ª Vara Criminal Especializada no foro Central de Porto Alegre, que trata de assuntos ligados a grandes organizações criminosas.
Para angariar valores
Questionado sobre os roubos praticados pela organização, Vladimir ressalta que esse tipo de criminalidade não é comum em Rolante, mas é de conhecimento da polícia de que a organização pratica o crime. “O objetivo deles com isso é angariar valores para a organização criminosa, seja para pagar advogados, comprar mais droga, vender e colocar em circulação, mas com uma incidência menor aqui no município”, pontuou.
Dados da Secretaria de Segurança Pública do Rio Grande do Sul corroboram com o delegado: até abril deste ano, foram cinco roubos e dois roubos de veículos registrados na cidade.
Trabalho intenso da polícia e um dos maiores inquéritos dos últimos anos
Sobre a linha de investigação seguida pela Polícia Civil neste caso, o delegado não dá detalhes, mas reforça e exalta o trabalho realizado pelo setor de inteligência da delegacia de Rolante. “O que eu posso citar é que é um trabalho de inteligência. Um trabalho para identificar se há relação ou não entre os muitos fatos que existem, com a utilização das técnicas policiais que nós conhecemos. Tradicionais e mais modernas”, explica. “É, talvez, o maior inquérito da delegacia nos últimos anos, o resultado é extremamente positivo, primeiro porque foram identificadas as lideranças, segundo porque no curso das investigações houve várias ocorrências com prisões e apreensões de drogas. Também apreensão de bens, para descapitalizar o grupo e por fim, o indiciamento de mais de 30 investigados”, completou Medeiros.
Ainda segundo o chefe de polícia, nem todos os indiciados eram de Rolante. “Tem alguns da região metropolitana, Vale do Sinos e Paranhana. Tem alguns criminosos que são mais ativos nos crimes de tráfico, outros agem nas execuções, homicídios”, esclareceu.