Taquara – A equipe da Polícia Civil, coordenada pela delegada Rosane de Oliveira, está buscando pistas e demais informações que possam auxiliar na identificação dos criminosos que executaram Cassiano Gabriel Pires de Melo, de 24 anos, na madrugada de domingo (29) para segunda-feira, no início desta semana.
Cassiano era apenado do regime semiaberto e foi morto com cerca de 70 disparos na localidade de Entrepelado, no interior de Taquara. O crime foi cometido a cerca de 300 metros do cemitério e o corpo foi localizado em via pública. A execução ocorreu pouco antes de 1h, na madrugada de segunda. No local, foram apreendidos 71 estojos de munições 762, .40, 9mm e uma sem identificação. O calibre 762 é de fuzil e de uso restrito pelas forças de segurança e pelo Exército Brasileiro. Os calibres .40 e 9mm não são mais restritos e costumam ser utilizados em pistolas.
A vítima da execução foi identificada somente com a chegada do Instituto Geral de Perícias (IGP). Antes disso, a Brigada Militar foi acionada por moradores que escutaram disparos e, ao chegar no local, se deparou com o corpo cravejado de balas.
Cassiano foi enterrado no Cemitério Municipal de Taquara.
Antecedentes criminais por roubo de veículo, receptação, ameaça e furto em comércio
Cassiano estava cumprindo pena no regime semiaberto. Ele deveria ter retornado para o presídio de Taquara ainda no domingo, horas antes da execução. Ele responde por roubo, receptação, ameaça, dirigir sem habilitação e furto a estabelecimento comercial nas cidades de Parobé, Sapiranga, Nova Hartz e Dois Irmãos. O roubo, pelo qual estava cumprindo pena, foi cometido em Parobé.
Segunda execução em 10 dias
Na noite do sábado, dia 21, Jhon Lenon Marques Machado, de 22 anos, foi morto com cerca de 40 disparos de munição 9 milímetros no bairro Jardim, em Parobé. A vítima estava em um bar, quando os criminosos desceram de uma caminhonete branca, se identificaram como falsos policiais civis e retiraram Jhon Lenon do local. Na sequência, ele foi alvejado por cerca de 40 disparos, todos na altura do rosto. Assustados com a série de tiros, moradores ligaram para a Brigada Militar. A suspeita é de que a execução está relacionada com envolvimento de droga. A Civil segue na investigação.
Investigação
– Cassiano era natural de Parobé, e a Polícia Civil ainda tenta localizar familiares. Segundo a delegada Rosane, a informação que a delegacia tem é que a vítima havia sido presa por roubo de veículo e, no mês julho, tinha sido transferida para o presídio de Taquara.
– Para não atrapalhar a investigação, a delegada mantém informações de denúncias em sigilo. No entanto, a motivação do crime, conforme apurado, pode ter sido uma dívida relacionada a drogas.
– Em um período de apenas dez dias, foram registradas duas execuções semelhantes na região. O comandante da Brigada Militar de Parobé e Taquara, capitão Gabriel Damasio, ressalta que isso traz preocupação aos órgãos de segurança. “Assim como a Polícia Civil está investigando, a Brigada também está fazendo um trabalho de inteligência para tentar mapear e evitar esses crimes, essas execuções. Nossa ideia é tentar se antecipar a esses crimes graves em que, na maioria das vezes, a vítima está envolvida com alguma facção”.