Desaparecimento de menores tem preocupado e mobilizado a Polícia Civil em Parobé e região

Jovem de 16 anos, moradora de Parobé, foi morta e teve restos mortais enterrados em Taquara (Foto: Arquivo JR)

Parobé – Nos últimos meses, a Delegacia de Polícia de Parobé foi procurada por três famílias para registrar o desaparecimento de meninas menores de idade. Em duas situações, após algumas horas de procura, as garotas foram localizadas com vida e bem. Infelizmente, em um dos registros, o final foi trágico. A garota foi assassinada e seus restos mortais enterrados.

O delegado Gustavo Bermudes, que responde pela delegacia de Parobé, e atuou nas três ocorrências, pontua que não é tão comum o registro de menores desaparecidas. As três ocorrências, em pouco tempo, fogem da realidade e rotina da cidade. “Foram três casos em pouco tempo, mas não é comum, não acontece com toda essa frequência”, disse ele, detalhando como funciona o movimento dos policiais civis assim que um desaparecimento é registrado. “A nossa prioridade, a número um, são os casos de crime contra a vida. Então, se desapareceu alguém e a gente supõe uma possibilidade de homicídio ou extorsão mediante sequestro, que são crimes muito graves, a gente para tudo que estiver fazendo para se dedicar àquela situação. Geralmente, nas primeiras conversas com os familiares, já sentimos o caminho, como ocorreu neste caso em que a menina foi vítima de homicídio”.

 

Não existe limite mínimo de tempo

Não existe tempo mínimo para o registro. O delegado Gustavo explica que “se a menina tem uma rotina e em um determinado dia atrasou 15 minutos, o ideal é esperar um pouco, pois ela pode estar atrasada. Indicamos que a espera siga por duas a três horas. Depois disso, se a garota não costuma fazer isso, não atende telefone, pedimos que a família venha registrar. Nessas situações, o quanto antes houver o registro, melhor. Não existe essa história de esperar 24 horas. Dependendo do que ocorreu, é um lapso temporal que para nós é muito relevante”.

 

Mais de um mês atuando em um caso

O desaparecimento de Eduarda Borges Fagundes, de 16 anos, ocorreu em novembro do ano passado. Por mais de um mês, policiais civis buscaram por informações até descobrirem que a menor havia sido morta e que a autoria era de um ex-namorado que residia em Sapiranga. “Neste caso, infelizmente, logo que começamos a trabalhar, já sabíamos que ela não voltaria viva para casa. Passamos a nos dedicar para conseguir provas e o objetivo passou a ser identificar e prender o acusado, assim como localizar o corpo; como aconteceu”. Eduarda foi morta e, após ter o corpo queimado, seus restos mortais foram enterrados no interior de Taquara.

 

ALERTA ÀS FAMÍLIAS

O delegado Gustavo faz um alerta sobre a maioria da realidade dos desaparecimentos. Normalmente são meninas, menores de idade e que tiveram alguma desavença familiar. “Muitas vezes, as meninas querem namorar, querem sair com namorado, e os pais, até pela pouca idade delas, não permitem. Isso tem motivado muitos dos desaparecimentos que atendemos. Felizmente, mobilizamos nossa equipe e conseguimos localizar as garotas. Raras são as situações como da jovem Eduarda”.