Casos de tentativas e feminicídios consumados diminuem nos vales do Sinos e Paranhana

Caso brutal em Três Coroas chocou a região no ano passado Foto: Reprodução

Ainda que esteja longe do ideal, os números confirmam um motivo a se comemorar nas cidades de abrangência do Grupo Repercussão: casos envolvendo tentativas ou feminicídios consumados diminuíram na maioria dos 10 municípios de cobertura.
Dados divulgados pela Secretaria de Segurança Pública do Rio Grande do Sul (SSP-RS) mostram que, de 2022 para 2023, há uma redução de dez casos no que diz respeito às tentativas. Quando se trata de feminicídios consumados, o número cai de 3 para 1.
O delegado Eduardo Hartz, chefe da 3ª Delegacia de Polícia Regional Metropolitana (DPRM), atribui os motivos que acredita que contribuíram para o controle dos números.”A redução dos feminicídios se deve ao trabalho de prevenção realizado pelas delegacias de polícia e pelos demais órgãos que compõem a rede de proteção à mulher. Na medida em que as mulheres conhecem os seus direitos e sabem a quem recorrer, é possível acompanhar o histórico de violência desde o início, evitando-se o resultado mais gravoso que é o feminicídio”, opina.
Já o responsável pela 2ª Delegacia de Polícia Regional do Interior, Gustavo Barcellos, reforça que o trabalho entre as forças policiais é importante e lembra também do Ministério Público e Poder Judiciário. “A atuação destes órgãos na análise e no deferimento rápido das medidas protetivas em favor das vítimas também está entre os fatores. Claro, gostaríamos que não houvesse nenhum feminicídio, mas essa redução tem que ser muito comemorada”, pontua.

Caso em Três Coroas

Em setembro do ano passado, Luciana Leonardo Batista, de 49 anos, foi brutalmente assassinada por seu ex-companheiro em plena luz do dia, ao lado de um mercado na rua 7 de setembro, em Três Coroas.
Ela foi atingida por pelo menos seis facadas e socorrida ainda viva ao hospital da cidade, mas acabou falecendo pouco tempo depois.
O criminoso, Márcio Hack, de 55 anos, foi preso pela Brigada Militar em Santo Antônio da Patrulha após fugir por quatro dias.

Delegados regionais falam mais sobre o assunto

“Importante salientar que, normalmente, as vítimas de feminicídio não têm em seu favor medidas protetivas de urgência vigentes, o que significa que os órgãos de proteção a mulher não tinham conhecimento do histórico de violência. Por isso, é de suma importância que as vítimas registrem ocorrência policial dos fatos que antecedem eventual feminicídios, como lesão corporal, vias de fato, crimes contra a honra, ameaças, entre outros”. Eduardo Hartz, delegado.

“Na Polícia Civil também tem a Sala das Margaridas, que funciona e presta um atendimento humanizado e acolhedor, que faz com que as vítimas de violência doméstica se encorajem e procurem ajuda, elas veem na polícia a credibilidade necessária para expor essa situação de violência física ou psicológica. Também não podemos esquecer de toda a rede de atendimento das cidades: assistência social, centro de referência à mulher e todos que contribuem prestando assistência às vítimas sempre que necessário”. Gustavo Barcellos, delegado.