Vale da Goiaba poderá colher até 150 toneladas da fruta em Igrejinha

Goiaba paluma sendo exibida por Osmar Spindler e Claudio Schilling Foto: Lilian Moraes

A cerca de 15km do centro de Igrejinha, a localidade de Três Irmãos se destaca pelo seu potencial na produção de goiaba. Cultivada a mais de 50 anos na região conhecida como o Vale da Goiaba, o comércio da fruta é considerado um complemento na renda das famílias que compõem a localidade, que se consolidou como um dos polos de plantio da fruta no estado.
Entretanto, este ano, devido as condições climáticas dos últimos meses, a previsão é de que até abril, mês que encerra o período de colheita, 150 toneladas da fruta sejam colhidas. “Se não fosse as secas e as intempéries, talvez nós tivéssemos a perspectiva, de repente de chegar a 300 toneladas. Então eu acho que esse ano, se nós chegar a 150 vai ser muito”, afirma o presidente da associação de moradores, Claudio Adelar Schilling.
Questionado sobre a possibilidade de implantar um sistema de irrigação para diminuir os impactos da seca, Osmar Spindler, vice-presidente da associação, explica que por mais que seja uma alternativa, não é uma opção financeiramente viável. “A irrigação é difícil, porque tem que levar rede de luz, tem que bombear… acaba não se pagando”, pontua.
Em torno de 15 famílias compõem o Vale da Goiaba, que vende a maioria de sua colheita para a produção de chimias e produtos derivados.

DE GERAÇÃO EM GERAÇÃO NO CULTIVO DA FRUTA

Independente da fruta plantada, como geralmente acontece na agricultura, as tradições de cultivo acabam passando de pai para filho. Na família Spindler, o ciclo se renova a três gerações. “Nós chegamos aqui no tempo que entrou a goiaba comum, quando ela veio se alastrando aqui para ficar mesmo (…) Nós ainda éramos solteiro e apanhávamos a fruta”, se referiu o senhor Osmar, questionado sobre a história da família com a goiaba.
Tanto a família Spindler quanto as demais que compõem o vale recebem qualificações através da EMATER de Igrejinha, além do apoio na realização da festa da goiaba e de encontros periódicos entre mulheres agricultoras da região, onde acontecem troca de conhecimentos e experiências.

Falta de mão de obra qualificada impede que produção seja maior

Uma das preocupações da época de colheita também gira em torno da falta de mão de obra. Segundo Schilling, que possui cerca de 1800 pés de goiaba plantados em quatro hectares de terra, mesmo contando com uma estrutura adequada para trabalhar, falta pessoal. “Eu por exemplo tenho essa propriedade aqui, outra lá no fundo, outra área semelhante a essa aqui com mais o menos mil pés de banana, mas não dá para mexer em mais porque eu não tenho mão de obra”, disse o agricultor.