Uma grande mobilização para preservar a história da Casa de Pedra

A comunidade e o Poder Público estão mobilizados para garantir o restauro de um dos locais mais importantes da história de Igrejinha e que faz parte da organização do Vale do Paranhana: a Casa de Pedra, também chamada de Steinhaus. Construída por Tristão Monteiro no ano de 1862, a casa recebeu os primeiros imigrantes alemães que chegaram na região, assim como serviu de pousada para operários da via férrea, armazém para secos e molhados, entre outros usos.

A mobilização pelo restauro da Casa de Pedra tem a participação do Poder Público e da Sociedade Civil. Diferentes etapas estão planejadas para garantir a remodelação do espaço e transformar o local em um ambiente de convivência e valorização da história de Igrejinha e de todo o Vale do Paranhana.

“A ideia de restauração surgiu através de um projeto da arquiteta Magda Brodbeck em seu trabalho de conclusão de curso no Fórum de Cultura e 2016 e isso foi criando musculatura, foi juntando pessoas que entenderam a importância disso”, explica o secretário de Turismo e Cultura de Igrejinha, Juliano Muller. “Agora estamos em novo momento. A Casa de Pedra tem valor histórico gigante e queremos enfatizar isso para toda a comunidade e para quem vier depois de nós também”, acrescenta o secretário.

A agente cultural e museóloga Daniela Schmitt também está envolvida em todo o processo de restauro da Casa de Pedra. Ela detalha sobre a captação de recursos para permitir o avanço dos trabalhos. “Trabalhamos com a captação de recursos pela Lei Estadual de Incentivo a cultura e também pela Lei Rouanet, através de um curta-documentário para contar um pouco dessas memórias e também difundir a história da Casa de Pedra, afinal esse é o prédio edificado mais antigo aqui da região”, explica Daniela. “Em 2021 fizemos um vídeo institucional para apresentar aos futuros patrocinadores, estamos retomando as redes sociais da Casa de Pedra, também trabalhamos na identidade visual para tornar isso como uma empresa e poder comercializar souvenirs e ainda buscamos patrocínios diretos, de pessoas aqui da região que acreditam nesse projeto e queiram ter seu nome e de sua família junto a casa”, complementa.

Novas etapas e propostas para utilização do espaço

Novas ações já estão previstas para dar sequência aos trabalhos de restauro da Casa de Pedra. Tapumes serão instalados serão colocados tapumes com comunicação visual expondo as empresas apoiadoras, parceiras, patrocinadoras. “Primeiramente vamos focar na restauração da edificação, após partimos para o memorial Steinhaus e para o anexo no entorno da casa”, informa Daniela. “Não temos um prazo para finalizar a obra, porque isso vai depender de muitos fatores como captação de recursos, andamento da obra, entre outros”, pondera Juliano.

Mesmo sem o prazo para finalização da restauração, a utilização da Steinhaus já é projetada. “A gente vê a Casa de Pedra com um espaço cultural, multisetorial que a gente pode trabalhar teatro, música, dança com um impacto turístico importantíssimo porque estamos em um extremo da cidade que está em pleno desenvolvimento, que serve de porta de entrada para a cidade para quem vem pela RS-115”, detalha Juliano. “Não podemos olhar para a Casa de Pedra apenas com um patrimônio construído, apesar de importantíssimo. É muito mais do que isso. Independente do tempo que levar para construir, a gente já observa diversos outros segmentos que vão encontrar na Steinhaus uma guarida, um ponto de difusão”, acrescenta o secretário. “Ela vai muito além do patrimônio material, ela alcança o patrimônio imaterial”, finaliza Daniela.