Um sucesso que nasceu em Parobé: Musical JM

Irmãos Zeno (esquerda) e Leno, com os dois discos de ouro conquistados . Foto: Matheus de Oliveira

Parobé – “Eu moro aqui. Você mora aí. Estamos tão longe, será que vai dar certo?”. Se você leu a frase no ritmo da música, está entre as milhares de pessoas que conhecem os sucessos da banda Musical JM. Com mais de 30 anos de história, o grupo coleciona prêmios e sucessos ao longo de sua carreira, além de reconhecimento fora do país.

A trajetória começou em 1990, com a criação oficial da banda, mas os bailes da região já eram palco para os irmãos fundadores do JM muito antes. Lenoir da Silva (Leno) e Josenir da Silva (Zeno) começaram a carreira pela Som 5. Alguns anos depois formaram Os Impossíveis, e em 1982 fundaram o Musical Veneza. Somente em 1990, já calejados no mercado, formaram o Musical JM, que estourou logo no primeiro disco, A Procura da Felicidade.

“Em 90 a gente ainda estava trabalhando na fábrica. Tocávamos no JM nas sextas, sábados e domingos, mas logo os shows começaram a aumentar, a ter no meio da semana, daí não parou mais”, conta Zeno. Ele e o irmão, Leno, deixaram juntos o emprego fixo em 1993, para viver da música.

Diversos prêmios enchem as prateleiras do grupo. São tantos que Leno e Zeno não souberam informar à reportagem um número aproximado, mas destacam os discos de ouro. E foram dois. Primeiro foi pelo disco Amor Mafioso, em 2005, na época com 50 mil cópias vendidas; o segundo, pelo álbum O Busão do JM, em 2006, até então com o mesmo número de vendas.

Leno e Zeno decidiram deixar a banda em 2007, mas continuam como responsáveis. “A gente tava velho e não estava velho. Poderia ter aguentado mais um tempão, mas no fim deu tudo certo”, relembra Leno. Apesar disso, os dois não aposentaram os instrumentos e continuaram fazendo apresentações em bailes de terceira idade, como seguem até hoje. “Ainda temos pique, ainda estamos pegando o leão à unha”, garantem, aos 66 anos, em tom de brincadeira.

O que fica é a saudade do público nos shows
Os irmãos reconhecem que a rotina de shows era pesada, e dizem que a maior saudade é do carinho do público. Entre as lembranças, rememoram os shows em outros estados e até países, em que a multidão fazia coro às principais canções, para surpresa do grupo. “Uma vez fomos tocar no Rio de Janeiro e chegamos lá pensando ‘o que viemos fazer aqui?’. Subimos no palco com o pessoal gritando ‘JM, JM, JM’. Quando começamos com A Namorada que Sumiu, eles começaram a cantar parelho com nós. Isso arrepiava a gente”, conta Zeno. Além do Rio, a banda também fez paradas por São Paulo, Mato Grosso, Paraná e até mesmo pela Argentina.

A ideia da dupla, agora, é esperar a retomada dos bailes da terceira idade para realizar um último ano de agendas. “Queremos tocar mais um ano e encerrar”, arremata Zeno.

Além dos irmãos, estiveram envolvidos na criação da banda Jair Martins e Joacir da Silva, este ainda integrante do musical.