Situação de depósitos irregulares de resíduos preocupa em Taquara

São toneladas de resíduos químicos e industriais. Material altamente prejudicial ao meio ambiente e ao solo, em sua maioria, expostos ao ar livre. Essa é a realidade de terrenos localizados às margens da RS-115, próximos ao Corpo de Bombeiros Militares de Taquara, que recebem o descarte irregular de resíduos há anos.
De acordo com informações obtidas através da Prefeitura de Taquara, são duas situações distintas: uma área pertence à CERSIT, onde existe um passivo ambiental decorrente da atividade desenvolvida no local pelo Sindicato das Industrias de Calçados de Taquara. Neste, o responsável possuiu licença ambiental da Fundação Estadual de Proteção Ambiental (FEPAM) até 2012, contudo, pelo não cumprimento das condicionantes necessárias para descarte no local, ficou sem licenciamento ambiental e o passivo ficou abandonado.
Na outra área, são antigas instalações da empresa AK SUL, que recebe resíduos industriais diversos, principalmente da indústria calçadista em seus pavilhões.
“Os resíduos ali depositados também estão em contato com o solo, provocando a direta contaminação, pois os poluentes ou contaminantes existentes nos materiais podem vir a alterar
as características naturais da qualidade da área e determinar impactos negativos e/ou
riscos também à saúde e ao bem-estar da população e à natureza em geral”, explica a bióloga licenciadora do município, Joana Laura Conte.
Em ambas as áreas, segundo a bióloga, há a confirmação de que o Ministério Público está com inquéritos abertos para responsabilizar os responsáveis por suas respectivas infrações, bem como terceiros que também podem ser identificados e culpabilizados.
Até o fechamento desta edição, a reportagem não conseguiu contato com os responsáveis pelas áreas. O espaço está aberto para contraponto.

Posicionamentos sobre a situação

Sirlei Silveira, prefeita de Taquara. “É um problema de ordem pública, pois os materiais depositados de forma irregular podem contaminar o solo e lençol freático (…)”

Joana Laura Conte, bióloga. “Os poluentes ou contaminantes existentes nos materiais podem vir a alterar
as características naturais da qualidade da área (…)”

Matheus Modler, coordenador da Defesa Civil. “Como isso vai expor os resíduos às intempéries, acelera o processo de decomposição e logo de contaminação do solo (…)”

Situação preocupa administração, que está empenhada em encontrar uma solução para a situação

Mesmo sendo áreas particulares, a prefeita de Taquara, Sirlei Silveira, ressalta que o município está preocupado com a situação e estuda formas de conseguir buscar uma solução. “É um problema de ordem pública, pois os materiais depositados de forma irregular podem contaminar o solo e lençol freático e também ocasionar incêndios altamente tóxicos, vindo a prejudicar a qualidade do ar de toda a região. Estivemos recentemente em uma visita técnica acompanhados do Ministério Público e Defesa Civil do Município. Todos temos interesse em resolver a questão”, Sirlei Silveira, prefeita de Taquara.

Posicionamento da FEPAM e problemas com furto

Foto: Matheus Modler/Defesa Civil de Taquara