Setor de vestuário busca alternativas após impactos provocados pela crise do coronavírus

Por Lilian Moraes

Região – O momento de crise também atingiu o mercado do vestuário no Rio Grande do Sul. É o que afirmou recentemente o subsecretário da Receita Estadual, Ricardo Neves Pereira, ao falar sobre o impacto do coronavírus em setores que compõem a economia do estado. Para empresas do Vale do Paranhana não está sendo diferente.

Mesmo podendo abrir o comércio com restrições recentemente estabelecidas pelas Prefeituras, quando prefeitos da região publicaram decretos autorizando a reabertura, incertezas ainda pairam sobre o futuro do setor.

 

Para entender a situação, a reportagem do Grupo Repercussão conversou com Lisete Barth, sócia-proprietária da rede de Lojas Dispa, que possui unidades em Sapiranga, Campo Bom e Taquara e precisou diminuir consideravelmente o seu quadro de funcionários, além de se adequar aos decretos municipais e ajustar o funcionamento das lojas desde o início da crise.

“Vivemos um dia de cada vez, hoje não estamos conseguindo decidir ações dentro da empresa. Nem campanhas. Dia das mães. Seguramos a campanha dos 30 anos da loja. Então vivemos esse lema: um dia de cada vez”, disse a empresária, ao falar sobre o momento atual do mercado.

 

Redução no quadro de funcionários e faturamento zerado desde que tudo começou

Lisete Barth também revelou que a crise afetou todas as unidades. “Éramos 27 funcionários, agora cinco foram demitidos e cinco afastados. Tivemos praticamente quase metade do nosso quadro de funcionários reduzido, de 27, dez saíram”, explicou a empresária.

 

Além da redução de funcionários, a proprietária ainda falou sobre o impacto da crise nas vendas. “Na realidade a gente não teve faturamento nenhum. Tivemos um mês de vendas zerado, porque desde quando começou, a gente ficou praticamente 30 dias entre atende com porta fechada para receber carnê e as pessoas não saberem que a loja estava aberta. Isso é bastante significativo para nós, sendo que 2020 estava muito bom, estávamos com grandes expectativas, o mercado estava aquecido, tivemos aumento de faturamento em fevereiro, março também começou bem e aí acabou desse jeito”, contou.

Uso de máscaras

Conforme a empresária, as lojas estão se adaptando aos decretos em relação ao uso obrigatório do item. “Nós vamos adquirir máscaras e cada pessoa que entrar na loja não utilizando, a loja vai fornecer a máscara para essa pessoa utilizar, máscaras descartáveis e assim pelo menos ela fica segura e os funcionários também. É uma maneira de a gente colaborar e se prevenir”, disse.

 

Pensando no cliente

Para facilitar a vida do cliente, Lisete comentou sobre as ações que a loja está promovendo no momento. “Nós temos intimidade com o nosso cliente e isso é um grande diferencial, então essa intimidade nos autoriza que a gente entre em contato via telefone e pergunte se eles querem alguma coisa, aí a gente faz o condicional e leva até a casa. Então isso a gente consegue fazer. A gente consegue com que ele passe na loja, já que não pode provar no local, então a gente também dá em condicional para ele provar em casa. Essa semana lançamos um prazo diferenciado, de 10x no cartão, justamente voltado para auxiliar o nosso cliente”, explicou.