Sete moradores em situação de rua são monitorados de perto pelo CREAS de Igrejinha

Ainda que sejam poucos, é possível encontrar pertences guardados em prédios que servem como uma espécie de refúgio Foto: Lilian Moraes

O estudo mais recente divulgado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) aponta: a população em situação de rua cresceu 140% a partir de 2012, atingindo a marca de quase 222 mil brasileiros em março de 2020.
Embora o número assuste dentro de um contexto nacional, em Igrejinha, a situação é considerada sob controle. Atualmente, de acordo com dados disponibilizados pela secretaria de Desenvolvimento Social, sete pessoas em situação de rua estão cadastradas junto ao Centro de Referência Especializado da Assistência Social (Creas) e recebem acompanhamento psicológico, alimentos e tem à disposição um local para fazer sua higiene pessoal, assim como trocar de roupa – que são disponibilizadas pelo órgão através de um varal solidário. “Todos eles têm uma referência de residência no município, ou seja, possuem algum familiar próximo que reside em Igrejinha. O Creas faz esse acompanhamento. Porém, eles optam por voltar para a rua. E é um direito deles”, explica Mateus Spohr, responsável pela pasta.
Questionado sobre a existência de um abrigo municipal na cidade, o secretário deixa claro que o município não dispõe de um espaço, mas que oferece toda ajuda necessária e que esteja ao alcance do poder público. “O Creas, quando necessita de um espaço para recebê-los, recorre a alguns familiares. Porém, muitas vezes, o assistido não tem família extensa, ou por vezes, recebemos a negativa em razão de o vínculo familiar estar muito fragilizado”, contextualiza Spohr.

“No ano passado chegamos a estar com 22 moradores em situação de rua”, conta Spohr

Em 2020, por um apontamento do Ministério Público Federal, a cidade abrigou moradores em situação de rua em um espaço por um período de 40 semanas. “Por não termos um abrigo municipal, nós demos conta de uma organização social com eles ao longo deste período. Pela questão pandêmica, do cuidado com eles, tanto que pode se perceber que eles são considerados grupo prioritário de vacinação”, pontua o secretário. Conforme Spohr o município chegou a ter 22 moradores, que acabaram voltando para as suas cidades de origem após o período de acolhimento.

Buscando alternativas

Como ajudar

No que diz respeito as ajudas por parte da população, Mateus reforça que é uma decisão pessoal de cada morador e delicada. “A gente sabe que por vezes quando tu oferta o dinheiro tu pode acabar mantendo o vício dele. Então, eu acho sempre muito delicado”, explica. “Não tem como pensar nenhuma ação de política pública enquanto secretaria ou organizar alguma coisa como sociedade civil, sem conversar com eles e entender o que eles precisam. Daqui a pouco a gente acha que eles precisam de alguma coisa sendo que o que eles desejam é muito diferente”, finaliza, se referindo as questões que envolvem o assunto.