RS-020 com trechos esburacados e RS-239 possui mais de R$ 1 milhão em caixa

Região – Com uma tarifa bidirecional de R$ 3,25 na Praça de Pedágio de Campo Bom e um volume de tráfego de janeiro a agosto, que atingiu mais de 5 milhões de veículos – média de 625 mil mês -, a Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR) encontra dificuldades crônicas de ter um plano de investimentos que vá ao encontro das reais necessidades dos municípios dos vales do Sinos e do Paranhana.

Praticamente subsidiando a tarifa deste importante eixo rodoviário e de logística para dezenas de empresas que movimentam milhões de reais e empregam milhares de trabalhadores, o Governo do Estado busca através da concessão de diversas rodovias gaúchas, parcerias com a iniciativa privada para potencializar planos de investimentos mais robustos nas RSs 239, 115 e 020 (existem outras rodovias que serão desestatizadas, mas o foco dessa reportagem são essas RSs).
Desde a criação da EGR no governo de Tarso Genro, PT, além de algumas melhorias pontuais ao longo da RS-239 (trecho de Novo Hamburgo a Riozinho) de obras de engenharia significativas a empresa, basicamente, conseguiu executar as seguintes intervenções: parte da duplicação da RS-239 no sentido Taquara/Rolante, um novo retorno entre a RS-115 e a RS-239, três passarelas (duas em Sapiranga e outra em Parobé), um acesso junto à Universidade Feevale, e outro, na região que permite a subida ao Santuário das Mães, em Novo Hamburgo, entre outras pequenas intervenções de rotina, como reforço de sinalização e troca de todo o asfalto da rodovia (ao menos em duas oportunidades). Uma rótula alongada em frente dos Bombeiros de Taquara foi outra melhoria reverenciada pela estatal.

Governo Estadual acredita que através da privatização das rodovias haverá investimentos

Com uma lista de reivindicações de praticamente todos os municípios, o discurso na EGR e no Palácio Piratini é de que somente com a desestatização das rodovias será possível prover as RSs com os investimentos sonhados pelas lideranças. “Em breve, ela será concedida à iniciativa privada, o que viabilizará ainda mais melhorias”, reforça o presidente da EGR, Marcelo Gazen.
Entre as obras mais solicitadas pelas prefeituras do eixo do Vale do Sinos estão viadutos/elevadas em acessos às cidades, alteração do retornos mais conflituosos, iluminação entre outras melhorias.

RS-020 entre Taquara e Igrejinha cheia de buracos

Quem parte de Taquara pela Sebastião Amoretti em direção à São Francisco de Paula pela RS-020 sente os reflexos de uma rodovia com infraestrutura deficitária. Saindo da área urbana e entrando na área rural, após o KM-54 (trecho sob responsabilidade do DAER), um trecho da rodovia está com o asfalto deteriorado e as tentativas de operação tapa-buracos tornaram o pavimento cheio de irregularidades, sendo possível sentir as ondulações no ambiente interno de praticamente todos os veículos.

Ao Grupo Repercussão, a Secretaria Estadual de Logística e Transportes informou que o trecho da RS-020 administrado pela EGR inicia no KM-67,55 e termina no KM-89. Ao DAER compete do KM-0 ao KM-67. Entre os últimos investimentos efetuados ao longo da RS-020 estão a construção de uma contenção após a queda de barreiras entre os KMs-82 e 83 da rodovia, em 2017, mas as obras iniciaram apenas em 2020, através de recursos da Praça de Pedágio de São Francisco de Paula na RS-020.

Arrecadação das praças de pedágio na 239

A Secretaria Estadual de Logística e Transportes informou ao Grupo Repercussão que de janeiro de 2021 até setembro de 2021 a Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR), arrecadou R$ 20.300.923,49 na Praça de Pedágio da RS-239.
Por outro lado, os desembolsos da companhia pública para a manutenção e conservação de toda a extensão da rodovia que liga os vales do Sinos e Paranhana acumulam o valor de R$ 32.260.000,00, sendo que parte dos recursos utilizados dizem respeito a valores arrecadados ainda ao ano de 2020.
Com os R$ 32 milhões a EGR promoveu um novo recapeamento da rodovia, com a remoção da camada de revestimento deteriorada, por meio da fresagem e da recomposição de nova camada de revestimento com Concreto Betuminoso, do KM-13 ao KM-52.
Para futuras intervenções, a EGR possui em caixa dos recursos arrecadados na Praça de Pedágio de Campo Bom R$ 1.630.272,99.
Na RS-115 a EGR arrecadou de janeiro a outubro de 2021, R$ 15.810.000,00 e utilizou na conservação da rodovia R$ 5.722.631,47. “Estamos preparando a licitação de manutenção da ERS-115, com início das atividades de reforço estrutural com base no saldo financeiro dos recursos obtidos na praça de pedágio”, cita nota enviada ao Repercussão.