Rolante 67 anos: Rippel põe Rolante no trilho

Repercussão – O seu governo tem uma atuação destacada na área da educação. O que foi qualificado nestes primeiros meses de mandato?
Rippel – A educação é um dos temas que estamos levando muito a sério. A saúde é uma prioridade, mas a educação não deixa de ser e tem uma atenção muito grande por parte da Administração. Fizemos alguns investimentos ao longo deste primeiro ano. Efetuamos a melhoria de escolas, colocamos a Escola Santa Zucatti em funcionamento, investimos recursos para concluir ela, pois recebemos ela inacabada, tivemos que investir na parte elétrica para dar mais condições aos 400 alunos que estão no espaço em turno integral. Mobiliamos toda a escola para que pudéssemos ter ela em condições. Fizemos ainda uma reforma na Escola Luizinho, pois realocamos a Secretaria de Assistência Social para mais perto da população e fizemos essa ampliação. Com isso, a projeção é de que a escola atenda 90 crianças a mais na Educação Infantil. E, assim, em outras escolas, estamos procurando fazer novos investimentos na parte de espaços físicos, dando atenção na parte pedagógica. Recentemente, compramos lousas interativas para distribuir para as escolas. Elas são mais modernas para a utilização em sala de aula. Algumas escolas passarão a contar com esses equipamentos no início deste ano letivo. Posteriormente, vamos estudar a compra de mais para atender outras escolas. Outro aspecto importante e que vamos contemplar os alunos é com o uniforme. Isso é um sonho antigo meu de outras gestões, e agora, estou conseguindo realizar. Vamos tornar o acesso ao uniforme universal para todos os alunos do Ensino Fundamental. Com isso, todos ficarão no mesmo padrão sem distinguir classe social. E, considero muito legal uma escola na chegada e na saída todos uniformizados. A secretaria vai oportunizar de forma gratuita que todos tenham acesso ao seu uniforme para verão e inverno. Mais atrás, também compramos notebooks para as escolas e tem outros equipamentos que vamos disponibilizar, como os brinquedos interativos que vamos entregar ao longo desse ano. Queremos dar as melhores condições para que os alunos desenvolvam os estudos.
Temos a Escola 19 de Abril, que era estadual, e agora, absorvemos essa escola. Estamos projetando investimentos nela e a instituição contará com 100 alunos. O Estado tem esse planejamento de pequenas escolas com poucos alunos de repassar para o município. Essa é uma escola tradicional da comunidade de Rolantinho e achamos muito importante essa incorporação.
Ainda efetuamos a compra de uma área de 2.700 metros quadrados e encaminhamos um projeto para o Ministério da Educação para construirmos uma escola de educação infantil, e que este ano, esperamos a contemplação. Com isso, pretendemos cobrir essa carência que temos de falta de vagas na Educação Infantil.

Repercussão – E os investimentos na área da agricultura?
Rippel – Somos muito forte na área da agricultura. Nossa atenção com o setor é muito grande. Contamos com muitos agricultores familiares e agroindústrias. Contamos com pecuaristas que integram uma bacia leiteira, temos aviários e para todo esse pessoal temos dado condições. Procuramos ajudar através de maquinários com a oferta de tratores para a colheita e tratores para o plantio. Temos dado um apoio através da entrega de aterro, atendendo necessidades de adequações nos acessos das propriedades rurais. Compramos equipamentos novos, como a colheitadeira de feijão, que é uma inovação. Estamos trabalhando muito forte nessa época de colheita de silagem e do milho, inclusive, fazendo hora-extra para atender a demanda que possuímos.
Nesse período crítico que estamos enfrentando de estiagem, temos feito muitos pequenos açudes para os animais terem acesso a água. Também, fizemos algumas drenagens para atender pedidos. Com a estiagem, decretamos a situação de emergência no Estado para que possamos ser contemplados com novos poços artesianos e açudes, em especial, no interior, pois as vertentes secam e acabam necessitando de atendimento. Estamos construindo poços artesianos para atender as famílias, para levar água potável às famílias. Os bombeiros voluntários estão sendo bem parceiros para levar água potável dentro das necessidades, e vamos fazer obras para garantir, se ano que vem ocorrer nova estiagem, já contarmos com reserva de água para atender os colonos. Além disso, tivemos a nossa situação de emergência homologada no Governo Federal e, com isso, vamos buscar benefícios no Governo Federal para atender essas famílias que necessitam.

Repercussão – Pavilhão das agroindústrias no Rolantchê, como está o andamento?
Rippel – O pavilhão provem de emenda parlamentar e outra parcela é de recurso da Prefeitura. A estrutura está em construção e acredito que em torno de 60 a 90 dias, tudo esteja concluído. E, acredito que aquele pavilhão estando mais próximo da RS-239 e da RS-474, junto do Rolantchê, vamos ter esse espaço para repassar aos agricultores para quem quiser colocar os seus produtos para vender. Vejo que é um ponto de referência importante por se tratar de uma rodovia que circulam muitas pessoas, principalmente no sentido ao Litoral, e que possa ser mais um meio para a venda de produtos que os nossos colonos colhem no município. O acesso será o mesmo existente, que é o pórtico de entrada. Logicamente, vamos identificar com alguma placa ou banner para que as pessoas saibam que ali tem produtos coloniais para vender, para que as pessoas saibam o que existe ali e possam chegar e consumir.

Repercussão – Alguma dificuldade diante da nova pactuação do Programa Assistir?
Rippel – O Programa Assistir terá alguns municípios registrando perdas. Rolante não é o caso, mas acabamos perdendo junto com os demais municípios que são as referências da região. Parobé teria alguma perda e eles perdendo, nós perdemos junto também. Existem serviços que são regionalizados e que podemos sofrer impactos. Nos preocupamos pela região. Queremos melhorar a contratualização do Hospital de Rolante através da disponibilização de novos serviços. O novo diretor que assumiu está trabalhando com a Secretaria de Saúde para estudarmos o que é viável acrescentar de serviços no hospital, para que o hospital tenha mais condições de se manter. A administração necessita de novas fontes de receita e, por isso, estamos trabalhando nesse sentido. Hoje, o município é a mãe do hospital. Faltou dinheiro, a direção nos procura. E, precisamos inverter essa lógica de dependência. É um trabalho pesado em busca da autossuficiência.

Repercussão – Algum novo mutirão na saúde que vocês estão articulando para frente?
Rippel – Exames temos dado uma atenção especial no ano que passou e temos concedido uma quantidade expressiva. Não podemos ficar na dependência do SUS, que é muito demorado e as pessoas ficam muito tempo esperando. Ficamos reféns das cotas nos hospitais de referência. Então, licitamos e dobramos a quantidade de exames em diversas áreas. Esse ano, estamos aguardando algumas emendas parlamentares para aumentarmos ainda mais o acesso e zerar alguma especialidade que esteja com a demanda reprimida. Posso garantir que haverá a disponibilização de novos exames à população. Em 2021, foi feito convênio para atender a demanda reprimida das cirurgias de catarata e haviam pessoas, há anos, na fila. Recentemente, contratamos um médico especialista em traumatologia e estamos fazendo a contratualização do hospital de Rolante nesse serviço junto ao Estado. Assim, poderemos atender Rolante e a região nesse serviço para que possamos fazer cirurgias dessa área aqui. Vamos fazer algumas cirurgias iniciais com o município, bancando algumas cirurgias. Queremos que o Estado e o Ministério da Saúde contribuam com esse novo serviço que passaremos a oferecer. Essa é uma demanda reprimida existente na nossa cidade, pois dependemos de Canoas, que possui um problema muito sério. Lá demora muito para ser atendido e, agora, piorou ainda mais.

Repercussão – E a reforma da UBS Imocasa. Foi concluída?
Rippel – Foi toda concluída a reforma. Está em plenas condições de atendimento. É uma comunidade bem atendida em todos os requisitos, não só Imocasa, como Campinas, Açoita Cavalo e Fazenda Passos. Temos investido em outras unidades melhorando a estrutura física das UBSs. Também readequamos o horário de atendimento da Farmácia Municipal e do Setor de Marcações de Consultas e Transportes, que foi ampliado para o horário do meio-dia. Foi algo simples e foi bem positivo para a comunidade. Além disso, implantamos o Saúde do Trabalhador, onde nas quartas-feiras, trabalhamos até às 21 horas nos postos do Rio Branco e Rolantinho para atender as demandas locais.

Repercussão – Como o senhor quer chegar no quarto ano do mandato na área do turismo. O que o senhor pretende ainda estruturar?
Rippel – Rolante tem um potencial muito bom na área do turismo agroecológico. Temos o objetivo de investir em asfalto dos acessos turísticos. Queremos melhorar os acessos às cascastas, rios, Morro Grande e na Boa Esperança. Paralelamente, estamos investindo em praças e na revitalização do Centro da cidade. Já tivemos praça em Alto Rolantinho inaugurada. A revitalização do Centro da cidade vamos lançar a licitação com recursos do Estado e do município. Além disso, vamos revitalizar as paradas de ônibus. Compramos uma área de 8,5 hectares, dentro da cidade, atrás do Ginásio de Esportes da Prefeitura, onde vamos fazer um grande parcão para a cidade. Além disso, vamos licitar, logo em seguida, o Parque do bairro Rio Branco, que vai ser um investimento de mais de R$ 4 milhões em uma área que compramos do Banco do Brasil e fica nas esquinas da Av. Bento Gonçalves com a Rua Costa e Silva. Queremos que esse espaço seja uma opção para a prática de esportes e o lazer. São investimentos importantes que vai atrair os visitantes. Tem outros locais que vamos investir em mirantes e paradouro.
Além disso, temos a previsão de construir um desvio para as pessoas poderem entrar e sair da cidade quando tem enchentes, pois a entrada da cidade fica alagada e precisamos criar essa alternativa. Quando ocorre uma enchente de grandes proporções, Rolante e Riozinho ficam ilhados. Ninguém entra e ninguém sai. Seria uma nova rua. Estamos com o projeto pronto e em busca de recursos. A estimativa é que custe algo em torno de R$ 7 milhões para uma extensão de 1,8 quilômetros. Ainda pretendemos criar um Centro de Atendimento ao Turista. Temos obtido uma boa entrada na Secretaria Estadual do Turismo, através do secretário Ronaldo Santini. O recurso que obtivemos de R$ 510 mil veio diretamente do Santini.
Convidamos a todos que gostam de apreciar locais em meio à natureza, que venham para Rolante, pois somos um local especial. Temos vinícolas, cascatas que possuem águas limpas, nosso morro de voo livre, com 800 metros de altitude. E contamos com a melhor cuca da região. Temos diversas belezas naturais que podem ser apreciadas. Nosso Morro Grande, que é onde ocorrem os voos livres, está recebendo obras de infraestrutura. Estamos efetuando a construção de mais banheiros, fraldários e ampliando quiosques para que a comunidade possa usufruir do espaço, tudo através de recursos próprios.

Repercussão – Área de pavimentação e projetos executados. Como analisa essa área?
Rippel – Eu iniciei o meu mandato com um setor específico na área de captação de recursos e projetos. Isso alavanca muito o projeto de execução na nossa linha de trabalho. Fizemos vários investimentos mesmo com a pandemia, que era a nossa maior preocupação, mesmo assim, conseguimos investir no PAVS na subida do Morro Grande, na Rua do Beco dos Amaral, a Av. Anexação, que é um trecho de chão batido e que liga à Santo Antonio da Patrulha, a comunidade pedia, pois era uma necessidade muito grande. Fizemos o Beco da Mascarada, além de outras ruas no Rolantinho com pedra irregular. Mas, para 2022, temos um pacote de investimentos muito importante. Vamos fazer o Morro da Figueira mais um pedaço, vamos fazer em torno de 20 ruas com pedra irregular em locais estratégicos no interior, que são ambientes que enfrentam muita poeira, e onde o pessoal reclama bastante.

Repercussão – O que o senhor faz para manter uma administração enxuta, com contas em dia e fornecedores recebendo em dia?
Rippel – Eu acompanho o pessoal da Fazenda toda a semana, pois é necessário saber o que está entrando de recursos. Primeiro, é necessário receber para depois projetar os investimentos e ver no que poderemos gastar. Tudo o que está sendo feito ocorre de maneira muito responsável, gastando o que podemos gastar, economizando onde podemos para contarmos com recursos para investimentos. Esses investimentos estão dentro do nosso cronograma, dentro da possibilidade de não atrasarmos fornecedores e não atrasar o pagamento dos funcionários. Esse mês de fevereiro pagamos no dia 25, normalmente, pagamos até antes do fim do mês. Estamos com tudo em dia, funcionários e servidores e administrando de forma muito enxuta e com muita responsabilidade, para que quando encerrarmos o mandato não fique nada para trás. Não vamos fazer além do que podemos, para mantermos a seriedade e honrar os pagamentos da forma que vem sendo feito.