Riozinho 34 anos: Aldeia Guarani, há 22 anos no município

Foto: Júnior Ribeiro

Cinco famílias e 18 pessoas. Este é o grupo que compõe a aldeia descendente do povo guarani, que desde 2000 vive em uma área de que fica a 7 quilômetros do Centro de Riozinho.
Liderados pelo cacique Felipe Brizoela, o povo procura manter os costumes da sua cultura e recebeu as terras para dar sequência a essa herança. “Conseguimos essa área para retomar e dar continuidade a esses valores. Eu sou natural de Camaquã, meu pai é de Tenente Portela. Chegamos aqui há 22 anos e permanecemos”, relembra.
Brizoela cita, ainda, que antigamente não existia o hábito de receber visitas na tribo. No entanto, ao longo do tempo, esse pensamento mudou. “Não existe mais isso há um bom tempo. A gente recebia muitas pessoas e, além disso, trabalhamos muito com artesanato. Então permitimos a visitação. Turismo de várias escolas, para termos essa contribuição com a compra do nosso artesanato. Entretanto, agora faz dois anos que paramos de receber visita devido à pandemia. Agora que estamos voltando novamente”, pontua.
O artesanato é uma das fontes de renda que os índios têm. É através dessa arte que, segundo o cacique, a aldeia consegue garantir alguns recursos, mas acabam não sendo suficientes. “Às vezes a gente fica dependendo muito de ajuda de cesta básica, doações. Então, se tivermos condição de vender nosso artesanato, fazer a nossa produção e poder sair para comercializar, para ter essa liberdade financeira, é melhor”, explica. A falta de reconhecimento de uma parte da população é um fator lembrado pelo líder da tribo. “É muito pouco reconhecido. No município nunca tivemos problema. Porém, para nós seríamos melhor se tivesse essa divulgação. Por exemplo, quando tem uma festa na região, a gente poder ir até esses locais e vender nossa arte”, destaca Brizoela.
Além disso, a tribo vive de plantações.
A estrutura da aldeia é composta por duas casas de alvenaria e uma de convivência, construídas de madeira retirada da mata por eles mesmos e barro; outra está em processo de construção. Um espaço que serve como uma espécie de consultório também já existe. O local é utilizado para avaliações periódicas feitas por uma médica que acompanha a aldeia através de visitas a cada 15 dias.
Em função desse intervalo de tempo que o local fica sem ser utilizado, uma sala de aula funciona no ambiente. “Como ainda não tem o prédio, usamos esse espaço para dar aula para as crianças. No total são seis. Por ser uma área indígena reconhecida pelo Estado, a escola é estadual. Vem um professor todo dia. Mas como temos uma aliança muito grande com o município, sempre que precisamos Riozinho nos ajuda com alguma coisa”, comenta Felipe.
Para ajudar a aldeia com qualquer doação, basta fazer contato com a Secretaria de Assistência Social do município. Lembrando que as sugestões de contribuição vão desde roupas, sementes para posterior plantio e até a compra de artesanato.