Riozinho 34 anos: 30 anos dedicados à educação – Professora Delvia

Foto: Weslei Fillmann

Por Weslei Fillmann

De atendente de creche na EMEI Mickey à diretora e professora de Língua Portuguesa nas redes municipal e estadual, nas escolas Castro Alves e João Alfredo, respectivamente. Essa é Delvia Fagunde Smaniotto, nascida em Rolante em 1972 e que leciona em Riozinho há pouco mais de três décadas. Tudo isso se deve ao amor pelo ensino. “Quando me perguntavam aquela famosa questão da escola: o que tu vai ser quando crescer? Eu sempre dizia que ia ser professora de Português. Eu sonhava com isso”.

 

Delvia comentou que umas das dificuldades para atingir essa meta de crianças era a família, pois ela vem de um lugar onde os meninos podiam estudar, enquanto que as meninas não.

Após concluir os estudos do ensino médio em Riozinho, Delvia comentou sobre a entrada como professora. “Quando surgiu a oportunidade de fazer o concurso de atendente de creche (1992), não pensei duas vezes e fui lá, me inscrevi, e fiz a prova. Logo depois, fui chamada e vi que era aquilo mesmo que eu queria”.

Outra participação de Delvia na educação de Riozinho foi ajudar a trazer o ensino médio para o município, que não contava com essa modalidade poucos anos após a emancipação.

Educação e diversão

Quando as aulas retornaram ao modo presencial após o período mais crítico, Delvia comentou que os alunos estavam com problemas de escrita e que essa parte do ensino foi reforçado. Além disso, como estavam com pouco contato com os seus colegas, havia um ambiente muito ansioso, com gritaria entre os adolescentes. Desde o início, Delvia fez alguns combinados com os alunos para garantir a melhor aula possível.

E por estar há tantos anos lecionando para as crianças e adolescentes, Delvia conta que sentia falta da presença deles durante o período de aulas remotas. Um dia, ela estava em casa e viu a filha, Lívia, jogando Free Fire, que é um jogo de celular. “Me coloca nisso que eu vou começar a conversar com os meus alunos. Eu não sabia jogar (no início). Comecei a jogar com os meus alunos, do ensino fundamental e médio. Por eles, eu ficava o dia todo jogando, mas jogava de vez em quando para me distrair. Eu agendava horário com eles para jogar, tanto que quando entrava, já recebia os convites”.

Outro motivo que levava a professora à jogar com os alunos era ouvir eles falarem, saber como estavam e o que passavam durante o afastamento das aulas. “Eles falavam comigo sobre coisas que os deixavam angustiados e eu buscava ajudar de alguma forma. Foi um vínculo que eu peguei, aprendi, e hoje jogo Free Fire com os meus alunos”. Ainda hoje, mesmo retomando esse contato nas aulas, Delvia mantem as jogatinas com os seus alunos.