Projeto virtual conta histórias sobre Parobé

Salão Cardoso, construído em 1924, trouxe diversas memórias em publicação. Foto: Arquivo

Parobé – Um museu digital e comunitário. Esta é uma possível definição para o projeto virtual Trilhando a História de Parobé, que tem resgatado os acontecimentos históricos da cidade através da postagem de fotos antigas em uma página no Facebook. A iniciativa é coordenada por Maicon Leite, estudante de história e morador do município.

Embora a ideia tenha surgido entre 2017 e 2018, foi com a aprovação do projeto via Lei Aldir Blanc de Parobé que tudo ganhou forma. A página antes funcionava com outro nome, e ganhou o atual por volta de dezembro do último ano. “Desde dezembro tenho postado, no mínimo, uma foto por dia, com informações sobre ela”, explica Maicon, ressaltando que é preciso esforço para buscar informações que complementem as imagens. “Quando não consigo, vou atrás de pessoas que saibam. Alguns moradores antigos têm colaborado muito”, destaca.

Desde dezembro, o público estimado na página no Facebook tem sido de até 70 mil pessoas por mês, com cerca de 40 mil compartilhamentos/curtidas/comentários por mês. Além do Facebook e Instagram, também há um canal no Youtube e um podcast, distribuído nas plataformas digitais.

Não só os moradores contribuem com materiais. Conforme Maicon, a Secretaria Estadual da Cultura já disponibilizou fotos antigas que possuíam em arquivo. A secretaria do curso de História da Faccat também ajudou com o acervo escaneado que tinham sobre a cidade. “Esse material é o principal das postagens. Junto com isso os moradores também vão mandando mais fotos antigas, e assim vou construindo o acervo”, conta Maicon.

Além de promover um resgate cultural do passado, diz Maicon, “o projeto também é interessante para quem veio pra cá nas últimas décadas poder conhecer a história da cidade.”

Trabalho envolve muita pesquisa
Mais trabalhoso do que reunir o acervo é encontrar informações que possam acompanhar as imagens nas publicações. E para isso, além da ajuda dos moradores, Maicon faz buscas em projetos de Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), livros sobre a história da cidade, sites de árvore genealógica, entre outras ferramentas. “É um trabalho de pesquisa. Alguns posts são mais elaborados porque se encontra mais informação. O feedback da comunidade é essencial, porque às vezes não tenho as informações e algumas pessoas colocam nos comentários o que se trata.”

Embora o projeto tenha ajuda de muitas mãos, os comentários não se limitam à troca de informações. A palavra usada por Maicon para descrever o sentimento percebido através das publicações é “saudosismo”, já que muitas pessoas possuem memórias e momentos que são revividos através das imagens. Um exemplo é a postagem sobre o Salão Cardoso, construído em 1924. Com 190 interações, 87 comentários e 89 compartilhamentos, a foto chegou a mais de 20 mil pessoas, conforme Maicon.

Projeto terá continuidade
Dentro dos prazos da Lei Aldir Blanc, o projeto estava previsto para ser encerrado em fevereiro, mas terá continuidade, e não tem data para acabar. “Cresceu bastante. Tenho muita coisa ainda para compartilhar. Também vai surgir mais material, e essa é uma questão que gosto muito de tratar”, esclarece o gestor da página.

“Como morador de Parobé, sinto que faltava alguma coisa assim na cidade, não tinha nada referente à história na internet. A maioria das pessoas entendeu a proposta e está participando. A história da cidade precisa continuar sendo relembrada”, acrescenta.

Atualmente graduando em história pela Faccat, Maicon Leite também colaborou para a revista Leituras da História, onde publicou artigos variados, e atualmente colabora com a revista Aventuras na História. Ambas revistas físicas dedicadas à História e com grande tiragem nacional.