Taquara – De uma situação frágil e de pobreza absoluta à ressocialização e inserção no mercado de trabalho. Essa tem sido a trajetória dos atendidos pelo Serviço de Apoio às Pessoas em Situação de Rua (Saps), da Secretaria de Desenvolvimento Social de Taquara. Desde o início do programa, em abril, nove pessoas já conseguiram emprego.
O serviço funciona junto ao albergue municipal e possibilita que as pessoas acolhidas recebam encaminhamento para cuidados de saúde e capacitações, viabilizando a retomada de suas vidas. “O nosso público são aquelas pessoas que perderam vínculos familiares e que já estão há bastante tempo nessa circunstância, seja por problemas, decisões erradas, fatalidades ou uso excessivo de substâncias como álcool e drogas”, explica o secretário da pasta, Maurício Souza da Rosa.
Uma vez abrigado no albergue do município, o indivíduo tem autonomia para aderir ou não ao serviço, sob incentivo das equipes de acolhimento. Quem aceita fazer o tratamento pode permanecer por até 30 dias no espaço, desde que passe pelos acompanhamentos de saúde.
Antes da criação do Saps, a secretaria já realizava encaminhamentos, mas com efetividade menor. Ao longo de 2021, por exemplo, foram 22 pessoas conduzidas ao mercado de trabalho, diante de cerca de 400 atendidos no albergue. Neste ano, com aproximadamente três meses de existência, o Saps já encaminhou nove.
Mão de obra para o município
Um dos locais em que há pessoas atendidas pelo Saps já trabalhando é nas obras do Complexo Municipal de Saúde. Três homens que estavam em situação de rua atuam diariamente para a finalização do prédio que abrigará o pronto atendimento, Saúde da Mulher, Estratégias de Saúde da Família entre outros serviços médicos. “Isso foi possível graças ao incentivo ao mercado de trabalho realizado pelo Programa Ninguém na Rua, que foi implementado pelo Município em 2021. É a oportunidade para estas pessoas de ter estabilidade financeira e refazer suas vidas”, destaca a prefeita Sirlei Silveira.
Importância do trabalho social
Adão Drumm, responsável pela empresa L.C de Abreu, que contratou homens encaminhados pelo Saps para as obras do Complexo Municipal, reconhece a dificuldade de se fazer trabalho social. “Precisamos entender a situação deles. Nas obras do complexo estão sendo muito trabalhadores”, cita. O empresário conta que realiza trabalho social com idosos e por isso sabe a importância desse tipo de ação. “É muito difícil encontrarmos empresas façam isso, mas o trabalho social em Taquara vai muito bem e estamos contribuindo para isso”, conclui.
Para o secretário Maurício, programas como esse ajudam a devolver o protagonismo da vida das pessoas. “Precisamos pensar em políticas públicas integradoras e capazes de devolver a liberdade e a independência dessas pessoas.”
Busca por vagas para os ressocializados
A captação de vagas que se encaixem no perfil dos ressocializados também é realizada pela Secretaria de Desenvolvimento Social. É a diretoria de Trabalho e Cidadania que faz a busca dos empregos disponíveis e seleciona as oportunidades compatíveis. Após isso, a diretoria faz contato com as empresas para explicar o projeto social. A perspectiva é de que nos próximos 15 dias mais quatro pessoas sejam encaminhadas para um emprego.
O secretário Maurício da Rosa lembra ainda que cerca de 80% dos encaminhados para o mercado, considerando 2021 e 2022, são moradores de Taquara.