Dona Teresa até perdeu as contas. Já são tantos livros organizados pelas prateleiras da biblioteca comunitária Mundo Mágico da Leitura, que ela não tem mais certeza de quantos exemplares compõem o espaço, contudo, o que ela nunca deixou de ter convicção é de que a leitura pode ser transformadora na vida das pessoas.
Com essa certeza e com o intuito de facilitar o acesso aos livros para um público de todas as idades, há três anos, a professora Teresa Machado Wicienski instalou a biblioteca em uma peça de sua casa, que fica localizada na rua São Domingos, nº 54, no bairro Integração. “Como eu gosto muito de ler, acho importante incentivar a leitura e proporcionar esse acesso. Fico muito feliz vendo que as pessoas estão gostando e buscando os livros”, comenta.
Conforme Teresa, a ideia de montar a biblioteca em Parobé surgiu porque ela frequentava um espaço semelhante em Taquara, quando lecionava na cidade. “Pensei que seria importante ter uma aqui, além de achar muito bonito o objetivo de um espaço como esse”, explica. “A ideia inicial era montar na associação dos moradores do bairro, mas como acabamos cedendo o local para a construção da UPA, resolvi iniciar ela aqui mesmo. Comecei com alguns livros meus, fui recebendo ajuda, doações e foi só aumentando”, relembra a professora, ao recordar como foi o início de tudo.
Atualmente, a biblioteca comunitária Mundo Mágico da Leitura é o único espaço da cidade neste formato, que conta com doações esporádicas e é mantida com recursos próprios da dona Teresa.
Aspectos importantes destacados
Em tempos em que a tecnologia se sobressai e acaba ocupando espaços em diversos segmentos, Teresa revela que ao menos na biblioteca o fluxo de empréstimos continua o mesmo. “As pessoas gostam do livro físico. Não deixam de vir até aqui pegar. Desde que inauguramos, já são mais de 3000 empréstimos registrados”, conta.
Outro ponto destacado pela educadora e que mostra outro extremo da realidade da biblioteca é falta de ajuda no que diz respeito a estrutura necessária para organizar os livros. De acordo com a responsável pelo espaço, as prateleiras da biblioteca estão comprometidas e precisam ser substituídas, no entanto, ainda não conseguiu ninguém que pudesse ajudá-la com a doação de novas estantes. Interessados em contribuir com o espaço podem entrar em contato pelo mesmo telefone de agendamento: (51) 997807330.
Gosto em comum e inspiração
- O público da biblioteca é variado. Segundo a professora, além da comunidade do Integração, ela recebe moradores dos bairros Mariana, Planaza, Nova Parobé, Pôr do Sol e etc. Contudo, entre os tantos leitores, Valentina Braga, de 10 anos, Aschley Lopes, 20, e Silvia Gutierrez, 62, carregam o gosto em comum pela leitura e se destacam pela assiduidade com a qual procuram o espaço.
Silvia, por sua vez, tem uma relação de proximidade com a biblioteca desde que ela foi inaugurada e revela que pretende levar a ideia adiante. “Agora estou morando mais longe, mas não deixo de vir pegar livros emprestados, faça sol ou chuva, estou aqui (…) Quando a gente sair da pandemia, eu quero fazer uma biblioteca também para mim. Para poder incentivar mais gente a ler”, relata.
Atividades mantidas
Tomando todos os cuidados possíveis com relação aos protocolos de prevenção ao Covid-19, a biblioteca está atendendo os adeptos da leitura. Com horários marcados, Teresa está sempre recebendo interessados em retirar livros. “Temos todos os cuidados para não ter o problema de reunir muitas pessoas ao mesmo tempo. Utilizamos álcool gel, máscara. Tudo”, conta.
O telefone (51) 997807330 está disponível para o agendamento de horários, tanto para conhecer a biblioteca, quanto para a retirada de livros.
O que dizem as leitoras de Parobé
Valentina Braga, 10 anos. “Eu gosto de vir aqui porque tem vários livros legais e eu aprendo muito. Gosto bastante de ler também. Desde que eu aprendi a ler, eu gosto.”
Aschley Esther Da Silva Lopes, 20 anos. “Venho aqui toda vez que posso porque não gosto de ler pelo computador ou celular, prefiro pegar o livro, folhear as páginas”.
Silvia Gutierrez, 62 anos. “Eu não entrei em depressão na pandemia graças aos livros. Foram eles que me salvaram durante esse período. Graças à leitura, estou sobrevivendo”.