Problema histórico com alagamentos em Taquara está sob o radar da Administração

Registro das Ruas Pinheiro Machado e Bento Gonçalves no dia 22 de novembro de 2022 Fotos: Divulgação/ Cleber Bender

Chuva torrencial é sinônimo de alagamento pelas ruas de Taquara e embora não pareça, o assunto é complexo e exige mais do que apenas a limpeza das popularmente conhecidas como “bocas de lobo”, medida frequentemente sugerida pela população.

No município, o problema é histórico. De acordo com a prefeitura, a rede pluvial é antiga e apresenta problemas constantemente. “Por isso, a Secretaria de Obras e Serviços tem trabalhado no conserto de canos de escoamento pluvial, desobstruindo a rede para ajudar no escoamento de água”, esclarece a Administração taquarense.
No fim de novembro, uma chuva forte atingiu a região, diversos pontos de Taquara ficaram alagados e ruas centrais tiveram o seu fluxo dificultado pelo nível alto de água.

Questionada sobre a situação da região central, a prefeitura pontua: “o Centro de Taquara é cortado pelo Arroio Taquara, que em grande parte é canalizado, então não teria como fazer o alargamento do curso de água. Essa região é, geograficamente, uma bacia, recebendo águas da chuva de diferentes bairros”, contextualizou a Administração. Ainda assim, o município afirma que segue trabalhando com ações preventivas no intuito de reduzir os problemas ocasionados pelas chuvas intensas.

Pontos a se pensar

O secretário de Meio Ambiente, Defesa Civil e Causa Animal, Matheus Modler, levanta possibilidades de soluções para o problema em pontos específicos da cidade. “Na zona central precisamos trabalhar na questão da drenagem, alterar o atual sistema de drenagem pluvial. Em primeiro lugar; precisaria também se repensar naquelas galerias onde passa o Arroio Taquara. Hoje parece mais uma vala de escoamento de drenagem do que o próprio arroio, além de pensar nele de outro modo. No Santa Maria, uma obra estrutural muito grande que realize a drenagem da água que acaba escoando da Faccat, Fogão Gaúcho e a própria rodovia. Assim penso que possamos retirar essa carga de absorção que o bairro recebe. Garantindo assim que alagamentos não aconteçam mais”, contextualizou.

Secretário relembra
Modler relembra ainda que Taquara fica em uma região plana, rodeada por cinco rios, cursos hídricos de grande porte: rio Padilha, da Ilha, Paranhana, do Sinos e Rolante. Com a urbanização da cidade, a tubulação atual já não atende mais as demandas do município e necessitaria de um investimento milionário para mudar a realidade, o que é tratado com cautela pelo secretário. “Precisamos entender que o escoamento e a drenagem feito há décadas, hoje não comporta mais. Estamos falando de uma cidade que teve uma expansão urbanística muito grande nas décadas que sucederam às instalações de drenagem, então me parece que a infraestrutura não acompanhou o progresso”, afirmou. “Acredito que o caminho é que estejamos sempre preparados documentalmente, que continuemos tendo agilidade na captação de recursos para conseguir valores para mudar essa realidade, porque pelas finanças municipais a troca de drenagem vai ser passo por passo”, finalizou.

Ações feitas pela prefeitura

Iniciativas para amenizar o problema na cidade estão sendo realizadas pela gestão, a fim de evitar que famílias passem por dificuldades toda vez que acontece de uma forte chuva atingir Taquara.
A prefeita da cidade, Sirlei Silveira, detalha algumas das ações realizadas desde o ano passado, em pontos conhecidos no município por causar transtornos com relação ao assunto. “Desde 2021, a prefeitura tem realizado desassoreamento em pontos de rios e arroios que tradicionalmente geram problemas em períodos de chuvas intensas. Foi assim no Arroio Sonda, no bairro Empresa, no Rio Padilha, no Distrito de Padilha, no Arroio Santa Maria e Rio Paranhana, ambos no bairro Santa Maria”, destacou a chefe do Executivo.