Presidente da AMTI projeta colheita de mais de 200 toneladas de goiaba em 2021

Qualidade da fruta é a paluma, comprada por três grandes empresas do ramo alimentício Foto: Lilian Moraes

Parte do carregamento colhido na última
sexta-feira (12) Foto: Lilian Moraes

Mesmo diante de um cenário de incertezas por conta da pandemia, em Igrejinha, agricultores do Vale da Goiaba têm motivos para comemorar com relação a colheita deste ano.
Isso porque, de acordo com o presidente da Associação de Moradores de Três Irmãos de Igrejinha (AMTI), Cláudio Adelar Schilling, em 2021 a projeção é de que sejam colhidas mais de 200 toneladas da fruta. “O clima melhorou um pouco com relação às chuvas, porque não adianta você fazer adubação, fazer todo um manejo correto se não tem umidade” explica o presidente, detalhando uma das razões pelas quais ele acredita que o período de colheita deste ano será melhor.
No ano passado, a produção foi prejudicada pela seca e alcançou as 150 toneladas. “2020 foi um ano que ninguém deseja. A estiagem foi muito grande e aí abortou muita fruta. Esse ano a gente não sofreu tanto. Talvez tenha faltado chuva em novembro e dezembro, mas janeiro começou a melhorar”, conta.
Uma novidade revelada por Schiling é a possibilidade do Vale contar com um sistema de irrigação para as próximas colheitas. Conforme o presidente, é uma alternativa que está sendo estudada e que poderá ajudar em períodos de estiagem. “Acredito que vai ser a saída. É evidente que quando chove não só a goiaba, mas as outras frutas cultivadas aqui, contribui com o desenvolvimento de todas”, pontua.
Atualmente, o Vale é composto por 16 produtores que cultivam a goiaba da qualidade paluma. A maioria da safra é fornecida para três empresas: Piá, de Nova Petrópolis, que deve receber 160 toneladas de goiaba. Bom Princípio, de Tupandi, e Forno Velho, de Caxias do Sul.

Secretário destaca investimento em obra para agroindústria e fala sobre auxílio aos agricultores

Neimar Parreira, secretário de Agricultura, enfatiza a parceria que a prefeitura possui com os produtores e ressalta que em breve a localidade terá um espaço para que possam produzir suas especiarias. “A Cooperativa dos Produtores Agrícolas de Igrejinha (Coopai) não tem uma sede oficial preparada. Vamos iniciar as obras para possibilitar que o produto seja trabalhado na nossa região”, explica. Outro ponto destacado é o preparo das estradas. “Estamos trabalhando e preparando as estradas para que eles possam escoar suas produções” , disse.

Análise de quem vive a realidade

Luis Previati trabalha na propriedade do senhor Cláudio Schiling, que possui aproximadamente 1800 pés da fruta plantados em quatro hectares de terra. Este ano, conforme Previati, apesar das dificuldades com o terreno rochoso, a colheita atingiu as expectativas. “São vários fatores que contribuíram. Houve um equilíbrio de chuva e sol que ajudou bastante”, afirma.
O arrendatário auxilia no cuidado de cerca de 1500 pés da fruta distribuídos pela propriedade e conta que a expectativa é de que sejam colhidos 60 toneladas nestes que estão sob sua responsabilidade.
Os demais pés contam com os cuidados de Vicente Moraes, que também trabalha de forma arrendatária e, desde 2020, participa da colheita. Com relação ao cultivo, Moraes destaca que sofreu com uma severa chuva de granizo, o que acabou danificando suas frutas. “Aquela chuva acabou não atingindo os outros pés. Só aqui. Foi a única coisa que eu senti, porque aconteceu em um momento de entender os resultados. De como seria a colheita”, pontua. Contudo, o produtor salienta que a expectativa está boa. “Estamos cientes de que não teremos um resultado que esperávamos por conta dessa intempérie, mas o que vier será bem vindo e vamos trabalhar para melhorar na próxima”, finaliza.

Quem sabe

Cláudio Schilling, presidente da AMTI. “No geral, aqui no Vale da Goiaba, não tivemos problemas com pragas. Mantivemos o nosso trabalho de prevenção e conseguimos não sofrer com isso.”

 

 

Luis Previati, arrendatário. “A nossa satisfação é entrar dentro do pomar e colher frutas como fizemos agora, colhemos goiaba de 300g. Se for parar para analisar, três goiabas já representam 1kg.”

 

 

 

Vicente Moraes, arrendatário. “Apesar da chuva de granizo, não tive problemas com o manejo, mas é assim que funciona na agricultura, temos que ter paciência e esperança de um melhor resultado na próxima.”