Prefeito Picucha, hospital e família falam sobre morte de mulher na casa de saúde de Parobé

Foto: Lilian Moraes/Divulgação

Parobé/região – Uma mulher de 39 anos morreu no Hospital São Francisco de Assis, em Parobé, após complicações por causa de um material cirúrgico (gaze) esquecido dentro do corpo no momento do parto cesariana. Mariane Rosa da Silva Aita passou pelo procedimento no dia 12 de junho e faleceu nesta quarta-feira (23).

Conforme relatado por familiares, na época do parto, ela era moradora de Três Coroas e o procedimento foi realizado no hospital parobeense por ser referência. Porém, após a alta, ela passou a sentir muitas dores. Neste intervalo, a família se mudou para Novo Hamburgo e, após um exame de imagem, foi descoberto o material esquecido no corpo. Ela foi novamente internada no hospital de Parobé, onde após cirurgia, foi transferida para a Unidade de Tratamento Intensivo (UTI), falecendo nesta quarta. Mariane passou pela cirurgia da retirada do material no dia 14 deste mês.

Em poucos instantes, o prefeito de Parobé, Diego Picucha, irá se manifestar nas redes sociais da prefeitura. A tendência, conforme apurado pela redação, é de que ocorram modificações na estrutura organizacional do hospital.

O velório de Mariane iniciou às 7 horas desta quinta-feira (24), na Capela Municipal São José, no Loteamento Kephas, em Novo Hamburgo. O sepultamento está previsto para às 16 horas de hoje, no Cemitério Municipal de Novo Hamburgo.

 

MÃE RELATA O OCORRIDO COM A FILHA 

A mãe de Mariana, Márcia Rosa da Silva, de 58 anos, conversou com a redação do Grupo Repercussão na manhã desta quinta-feira, durante o velório da filha. “Desde que ela saiu do hospital, sentia aquela dor do lado da barriga. Ela foi em vários médicos, foi no posto de saúde e na UPA, não achavam nada. Quando fizeram a tomografia, viram que tinham deixado uma gaze dentro dela, deram até o tamanho, do lado esquerdo. O médico da UPA mandou que ela retornasse para o hospital de Parobé, onde tinham feito isso. Ela voltou, baixou, naquele mesma dia operaram ela. Retiraram um ovário e um pedaço da trompa. E foram dando antibiótico”, contou a mãe.

Segundo Márcia, uma semana depois, foi diagnóstica infecção maior pelo corpo. “Esperaram mais uma semana para resolverem que a infecção estava maior. Daí fizeram uma nova tomografia com contraste e operaram. Mas daí já era tarde. Não teve mais o que fazer, a infecção já tinha tomado conta dos outros órgãos, não tinha mais o que tirar. Espero que alguém faça alguma coisa, que fiscalize esse hospital porque são vários relatos, está morrendo gente, está ficando criança sem mãe. Isso não pode acontecer por erro. Eu gostaria que não acontecesse mais isso”, desabafou.

O que diz o hospital

Após a circulação da notícia sobre o óbito, o Hospital São Francisco de Assis divulgou uma nota sobre o ocorrido, comunicando que “o óbito ocorreu por complicação pós-cirúrgica descrita na literatura e não previsível”. A casa de saúde ainda lamentou o ocorrido. “Lamentamos profundamente a perda da família e todas as informações referentes ao atendimento estão à disposição dos familiares”, destaca a nota.

Por determinação da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), o HSFA não informou o diagnóstico sobre o que causou a morte de Mariane.

Confira o que diz a íntegra da nota:

“O HSFA esclarece que as matérias publicadas possuem informações inverídicas, eis que conforme prontuário e relato dos profissionais envolvidos no atendimento, o óbito ocorreu por complicação pós-cirúrgica descrita na literatura e não previsível. O tratamento requer intervenção cirúrgica e todas as medidas adotadas foram corretas.

Ao contrário do noticiado, em nenhum momento a causa da morte foi informada pelo hospital como sendo ‘causas naturais’.

Lamentamos profundamente a perda da família e todas as informações referentes ao atendimento estão à disposição dos familiares.

Por fim, gostaríamos de deixar claro que, mesmo com dificuldades, trabalhamos há mais de 40 anos pautados nos ditames éticos e legais vigentes para oferecer a melhor assistência para a região de mais de 2 milhões de pessoas atendidas pelo HSFA e que não toleraremos notícias falsas e caluniosas contra esta instituição e seus colaboradores”.