Plano Safra 2019 busca expandir negócios da agricultura familiar

Região – Novas formas de financiamento foram definidas pelo governo federal através do Plano Safra 2019/2020. O programa estabelece um conjunto de ações que visam o fortalecimento da agricultura, especialmente a considerada familiar. As linhas de créditos são oferecidas aos produtores de acordo com o perfil de cada negócio, desde os pequenos empreendimentos até os grandes, com taxas de juros diversificadas.

No Rio Grande do Sul, o principal banco de fomento ao agricultor através do crédito tem sido o Banrisul. Para o Plano Safra em vigência, serão disponibilizados R$ 3,25 bilhões pela instituição, o que representa uma ampliação de cerca de 90% em relação aos recursos dispostos anteriormente. Marcelo Barbosa, Gerente Geral do Banrisul de Taquara, explica que a agência local ainda não trabalha com um grande volume de crédito rural devido às características da região. O banco da cidade conta com cerca de 20 matrículas com estas características. Marcelo destaca que muitos produtores de Taquara não têm o conhecimento de que a agência possui essa linha de recursos. Para este ano-safra, o banco da cidade tem a meta conceder R$ 320 mil em crédito para investimentos e custeio do setor.

Aumento na taxa de juros

O Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), direcionado para o pequeno produtor, sofreu uma pequena alteração na taxa de juros. Os recursos utilizados através deste programa deverão ser devolvidos aos bancos com um acréscimo que varia entre 3% e 4,5% sobre o valor contratado. Antes, a taxa era de 2,5%.

Mais qualidade de vida

A reação dos agricultores às novidades anunciadas recentemente ainda não foi captada pelas entidades ligadas ao produtor, conforme informa o técnico da Emater/RS-Ascar Escritório Regional, Guilherme Martins. Guilherme explica que o aumento na taxa de juros para o Pronaf pode gerar um pequeno recuo na contratação de crédito na região, visto que o perfil de grande parte dos produtores se enquadra na categoria de pequeno porte.

Uma das novidades do novo ano-safra é a oportunidade de contratação de crédito para a construção de moradias nos locais de trabalho dos produtores. O técnico destaca que essa linha de financiamento é um avanço importante que possibilitará reformas e melhor qualidade de vida para quem trabalha no campo.

Bancos com fortes iniciativas

Além do Banrisul, outras instituições financeiras, como Sicredi e Sicoob, também se destacam como investidores no setor primário da economia. Luiz Kloppenburg, assessor de crédito rural do Sicredi Nordeste/RS, destaca que o banco vem desenvolvendo um forte trabalho no âmbito agrícola. Os recursos financeiros são oferecidos para pequenos, médios e grandes produtores, com foco na primeira categoria. A nível nacional, a cooperativa já é a terceira maior financiadora de crédito rural para investimentos via BNDES. Na região, serão disponibilizados R$ 59 milhões do caixa da instituição para custeio e investimento e mais R$ 20 milhões através do BNDES.

Atuando com esta categoria de empréstimo há cerca de 4 anos, o Sicoob também aparece como alternativa. Para esse novo ano agrícola a cooperativa tem destinado R$ 14 milhões para atender aos produtores através de linhas de custeio, investimento, comercialização e industrialização. Para obtenção de crédito com juros estabelecidos pelo Pronaf, é necessário que o dinheiro das produções represente pelo menos 50% da renda familiar do agricultor.