Planejamento estratégico pretende minimizar chances de danos em razão de cheias em Rolante

Um planejamento pretende colocar em prática medidas para minimizar cheias no município de Rolante. O estudo técnico elaborado com geólogos possui ações de curto, médio e longo prazo para reduzir as chances de volumes de água alcançarem altura para atingir a área urbana e central do município. “As ações serão elaboradas em diferentes etapas. A primeira delas na foz do Rio Areia inclusive retificando a saída da água do leito, que hoje sai em 90 graus e entra no Rio Rolante. Será feita uma contenção e estabilização das margens e assim como um trabalho de reflorestamento também será desenvolvido”, revelou o comandante da Defesa Civil e também do Corpo de Bombeiros Voluntários de Rolante, Leandro Luiz Gottschalk. Todo o trabalho de recuperação será acompanhado pela Defesa Civil e também pelo Departamento do Meio Ambiente. A estimativa é que os trabalhos começem no mês de novembro e durem em torno de quatro meses. Os trabalhos serão executados com a utilização de maquinário do Município. Ainda estão previstos remoções de diversas obstruções dentro do rio, ou seja, a retirada de cascalhosm galhos e árvores de dentro do leito do Rio Areia.

Primeiras intervenções serão desenvolvidos na extensão do Rio Areia

Os trabalhos de obstrução serão divididos em diferentes etapas. A primeira delas começa na foz do Rio Areia, é o que corta o núcleo urbano e desenboca no Rio Rolante. A mobilização pretende diminuir significativamente as chances de cheias atingirem novamente a cidade, a exemplo do que aconteceu em 5 de janeiro de 2017.

Os expressivos volumes de água e de lama atingiram as comunidades de Alto Rolante, Mascarada, Barrinha, Contestado, Estrada Velha e até mesmo o Centro. Entretanto, à época, alguns deslizamentos de terra nas encostas represaram a água que desceu atingindo em torno de 6,6 mil moradores. Mais de 70% da população foi atingida pelos danos ocasionados pela enxurrada. O volume de chuva em poucas horas no município foi de aproximadamente 120 mm, enquanto que a média histórica para o mês de janeiro na região é de 180 mm.

Entrega do documento

O relatório apresentando as soluções para minimar as cheias foi apresentado, na dia 30 de setembro, na Câmara de Vereadores.

O documento com duas centenas de páginas foi entregue pelo prefeito Régis Zimmer, diretor do Departamento do Meio Ambiente, Diego Gossler e do comandante dos bombeiros voluntários,Gottschalk.

O diagnóstico foi realizado pela equipe de geólogos que executou o estudo do Rio Paranhana de Igrejinha e tem planejamento de curto, médio e longo prazo. Todo o trabalho terá o acompanhamento da Defesa Civil e Departamento do Meio Ambiente.

Exemplo de mobilização

Em meio a devastação causada pela cheia, uma imensa mobilização social e corrente de solidariedade se formou no munícipio castigado pelas forças da natureza. O Salão Paroquial Cristo Rei acabou sendo ponto de coleta de mantimentos e encontro de voluntários de toda parte dispostos a ajudar. Colchões, roupas, alimentos e água potável, foram sendo destinados as pessoas desalojadas. “Chegou ao ponto de precisarmos pedir que as pessoas parassem de enviar mantimentos. Lembro que, logo depois, em março daquele ano, a cidade de São Francisco de Paula foi atingida por um tornado. Todo o nosso excedente, já separado, foi enviado para aquele município”, disse Gottschalk.