Patrimônio arquitetônico: A história por trás de casarões históricos de Taquara

Casa da família do vice presidente da república, General Adalberto Pereira Foto: Lilian Moraes

É fato: por trás de cada residência histórica há uma memória de alguém que construiu um legado na cidade. Fazendo referência aos estudos do professor Günter Weimer, Michele Biason, arquiteta e sócia proprietária da Solar Pina, que se aprofundou nos aspectos arquitetônicos de residências de Taquara em função da restauração do prédio da rua Edmundo Saft, lembra que as casas do município, seguramente, retomam há mais de 1200 anos, época em que predominava a ocupação indígena.
Durante este tempo, um encantador acervo arquitetônico foi formado em Taquara e um rico patrimônio cultural na cidade foi construído, deixando o município em evidência na região no que diz respeito a edificações históricas.
Por trás de cada uma delas, personagens que fizeram parte da história da cidade e que são lembrados até hoje, como “o fato de contar com um vice-presidente da república, o General Adalberto Pereira dos Santos, nascido e criado em Taquara, cuja casa da família ainda existe no meio urbano e núcleo histórico do município, na rua General Frota, número 2753”, recorda Michele.

Outra figura histórica lembrada pela arquiteta é o juiz distrital Antônio Aguiar, que adquiriu a casa nº 1194, da rua Tristão Monteiro, em 1941 e tornou a edificação o berço do Centro de Tradições Gaúchas (CTG) O Fogão Gaúcho.

Edificação de 1922, berço do Centro de Tradições Gaúchas O Fogão Gaúcho Foto: Lilian Moraes

Restauração em andamento

Solar Pina, em processo de recuperação Foto: Lilian Moraes

Hoje, ao passar pela rua Edmundo Saft, é impossível não perceber o trabalho sendo executado na residência de número 3051. Adquirida pela família Biason em 2007, a Solar Pina, como foi batizada, está passando por um processo de restauração e ficando ainda mais exuberante.
Datada do ano de 1909, foi muito provavelmente erguida por Agnelo Corrêa da Silva, irmão e sócio do Coronel João Manoel Corrêa, engenheiro das estradas de ferro. Posteriormente, de acordo com Michele, ela foi moradia do coronel, na época em que foi intendente de Taquara.
Após servir de residencial, recebeu consultórios médicos por algumas vezes e, em certa época, foi sede da delegacia de ensino. Em 2019, a família resolveu voltar ao prédio e iniciar os levantamentos necessários para poder iniciar com o projeto de recuperação. “Em abril de 2020, iniciamos as obras (…) Pretendemos ter tudo finalizado até o meio deste ano, sem contudo termos um destino de uso definindo para o edifício”, revela Michele.
Detalhes do andamento da recuperação da edificação podem ser acompanhados por meio do Facebook e Instagram, @solarpina.