Parobé desenvolve a prática para a resolução de conflitos com profissionais da educação e alunos

Parobé – O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) declarou 2023 como o Ano da Justiça Restaurativa na Educação. A justiça restaurativa possui duas décadas de história e com raízes bem-sucedidas por todo o país. Por isso, a iniciativa de levar a experiência ao ambiente escolar está amparada no consenso universal da relevância estratégica da educação para o desenvolvimento humano e social. As perturbações do cotidiano escolar podem trazer prejuízos acadêmicos e dificuldades de todo tipo que debilitam as escolas ao absorverem pressões relacionadas a questões de vulnerabilidade e violência do seu entorno. Em Parobé, a prática já é realidade nas escolas desde 2021, quando a Administração percebeu dificuldades na pandemia.

FORMAÇÃO PARA FACILITADORES CONTA COM GRUPO DE 25 PROFISSIONAIS NO MUNICÍPIO

A secretária de Educação, Joana D’arc Wittmann, conta que os círculos de construção de paz e da justiça restaurativa é uma estratégia para trabalhar a política pública de prevenção à violência e “nós já trabalhamos desde 2021. Este nosso programa trabalha a comunicação não violenta e os círculos de construção de paz acontece em todas as escolas no ensino fundamental”, disse ela. Para atuar como facilitadores deste trabalho, professores se voluntariaram e participaram de formação. A formação assegurou aos envolvidos a possibilidade de autoconhecimento e, por consequência, mais condições de intervir no desenvolvimento das crianças, adolescentes e adultos.

Estes profissionais integram o grupo que visita todas as escolas da rede para trabalhar as questões tanto com os estudantes, como, também, com os professores.

Restauração das relacões no ambiente escolar

As práticas restaurativas, com suas origens no modelo da justiça restaurativa, desconstrói a lógica da culpabilização, reconhecendo a perspectiva da responsabilidade, via autoconhecimento, reparação e restauração das relações. Trabalhar com essa perspectiva possibilita a aproximação das pessoas, maior implicação e sentimento de pertencimento nas situações cotidianas. “Esse trabalho segue de forma intensa no município. Trabalhar os círculos é trazer todos os desconfortos, por exemplo, que o aluno vive dentro e fora da sala de aula, seja no círculo ou de forma individual se for necessário. É ser escola acolhedora, cooperativa, trabalhando as diferenças de opinião, a diversidade”, comenta Joana.

Objetivo é ampliar olhar para os pais e responsáveis

A secretária de Educação cita que após trabalhar com os professores e seguir a prática com os estudantes, o objetivo da Administração é, também, envolver os pais e responsáveis. “Agora, queremos chegar nos pais, que é uma parte deste acontecimento. Fortalecemos os profissionais, estamos fortalecendo as crianças e percebemos que os pais estão mais frágeis. Por isso, estamos pensando em como ampliar para chegar neles”, disse Joana, citando que o primeiro contato será na entrega dos pareceres, neste mês de maio. A atuação contará com o grupo de facilitadores e maior suporte de assistente social, psicóloga e um professor especializado.