Parobé – Ela é uma das servidoras públicas que há mais tempo atua em Parobé. Aos 68 anos, a professora Noeli Hoffmann Teixeira da Silva garante ser apaixonada pela profissão e, se pudesse voltar no tempo, faria tudo novamente. “Amo o que eu faço”. Desde 1985, ela atua na Escola Municipal de Ensino Fundamental João Muck. Por muitos anos, Noeli foi professora das séries iniciais. “Eu alfabetizava as crianças. Ser a pessoa que ensina uma criança a ler e escrever é muito especial, não há dinheiro que pague”, disse ela, que atualmente trabalha meio turno na biblioteca da escola. Antes de atuar na rede municipal de Parobé, Noeli foi professora em Osório, ingressando naquele município em 1976. “Naquela época, era tudo diferente. A sala de aula era multisseriada (mais de uma série por sala), mas a gente dava conta. Na minha opinião, naquela época também era diferente a participação das famílias. Eu acredito que os pais eram mais presentes, mais atuantes dentro das escolas. Hoje, também vejo que as crianças têm muito acesso a celulares, a internet, e não brincam mais como antigamente, quando os brinquedos eram feitos em casa”, destaca a professora.
O que também mudou muito foi a estrutura física da instituição de ensino. “Lá na década de 80, a escola era pequena, de madeira. Lembro como se fosse hoje, de um episódio triste: no ano de 1989, a escola pegou fogo e boa parte da estutura dela foi destruída. Por sorte, o fogo começou depois das 17 horas, quando os alunos já tinham ido embora”, recorda ela, citando que aos poucos uma nova estrutura foi erguida e, aos passar dos anos, muitas ampliações foram feitas. “Hoje temos uma escola grande e que nos orgulha muito. Sempre digo, a escola é minha casa. E ver ela crescendo, é uma alegria imensa. Acompanhei cada conquista, cada ampliação nestas últimas décadas”.
“Tudo que fizer na sua vida, não faça por dinheiro, faça por amor”
Com mais de 45 anos de profissão, Noeli diz que o segredo de se manter motivada é o amor pelo faz. “Tudo que fizer na sua vida, não faça por dinheiro, faça por amor. Porque alguém vai te dar uma recompensa muito grande, como saúde, nem tudo é dinheiro”, disse ela, que não pretender se aposentar tão cedo. “Poderia me aposentar hoje, mas não quero. Porque é bom para minha saúde mental, me manter ocupada. Tem duas coisas que eu amo na vida: fazer crochê e trabalhar na escola. Não pretendo parar tão cedo, só saio quando disserem: ‘não te queremos mais aqui’”, disse ela, aos risos.