Parobé 40 anos: da emancipação aos dias atuais

Foto: Weslei Fillmann

Por Weslei Fillmann

O atual território de Parobé fazia parte de Taquara até 1° de maio de 1982, quando um grupo de lideranças, com integrantes do Rotary Clube, decidiu iniciar um processo de emancipação do Bairro Industrial. Na região, diversas empresas calçadistas estavam em pleno desenvolvimento, atraindo pessoas que buscavam emprego e estabilidade.

 

A partir de então, houve um movimento para que o processo de emancipação entrasse na pauta da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul. Nesse projeto, deveria haver a delimitação da área que faria parte da emancipação. Foram inseridas as localidades de Santa Cristina do Pinhal, que já foi um município próprio, e Campo Vicente. Além da área, era necessária uma população mínima para que o território se tornasse um município, sendo esse outro motivo para anexação das duas localidades. O bairro industrial, onde as fábricas de calçados estavam, não tinha população suficiente para tornar a área uma cidade independente.

Após juntarem cerca de cinco mil habitantes que iriam compor o território de Parobé, foi realizado um plebiscito, em 28 de março de 1982. Cerca de 28% dos votantes no processo de emancipação reprovavam a saída de Taquara. Estavam aptos a votar 3.879 eleitores. 2.463 votaram sim, 1.107 votaram não, 273 não compareceram e 36 foram brancos/nulos. Em 1° de Maio, de 1982, foi assinada a lei de criação de Parobé, pelo então governador Amaral de Souza, através da lei 7.646.

 

Dificuldades de toda emancipação

De acordo com Geraldo Both, que se mudou para Parobé em 1984 e, em 2020, recebeu o título de cidadão parobeense, nos primeiros anos do município diversos investimentos na esfera pública foram necessários.

Foram criados convênios para a instalação de sistemas de comunicação em Parobé. Uma torre de telefonia foi construída, na praça 1° de Maio, no centro da cidade. O setor de energia também foi ampliado, alcançando uma fábrica de calçados na RS-239, que precisava de ampliação no fornecimento. A subestação forneceu energia suficiente para toda a população.

Apenas em 1984 o município começou a ter um orçamento próprio, facilitando a aquisição de equipamentos. Uma das primeiras dificuldades foi a falta de maquinários para obras simples, como de saneamento, que começou a ser resolvido na mesma época.

 

“Boom” populacional

Houve um grande aumento da população com a chegada de migrantes das mais diferentes regiões do Rio Grande do Sul e de outros estados. Na época, as empresas calçadistas começaram a fazer uma grande divulgação, sob a frase “Parobé tem emprego”. De pouco mais de 7 mil habitantes, chegou a 30 mil em poucos meses, ainda na década de 1980. Hoje são 56 mil moradores.

Devido a isso, boa parte dos moradores não são naturais do município. Hoje, de acordo com a historiadora Eloisa da Silva, vem sendo feito um trabalho em conjunto com a comunidade em geral e os alunos da rede municipal. Neste projeto, é trabalhado o sentimento de pertencimento e o orgulho de viver em Parobé.