Uma cultura que se perpetuou quando Parobé ainda fazia parte de Taquara era o trabalho das parteiras. Ainda que com poucos recursos médicos na região, essas profissionais foram fundamentais na época e realizaram inúmeros nascimentos em Parobé, entre as décadas de 20 e 80.
Conforme Maicon Leite, morador do município, estudante de história na FACCAT — Faculdades Integradas de Taquara e criador da página Trilhando a História de Parobé no Facebook, através de suas pesquisas foi possível descobrir a existência de quatro parteiras na cidade: dona Ana (representada na foto ao lado), Olinda, Geralda e Dulce Altenhofen, a única que se tem conhecimento do sobrenome.
Leite conta que as parteiras eram uma alternativa mais ágil para as famílias, pois a locomoção até um hospital — que existia apenas em Taquara — poderia causar transtornos no nascimento. “Era uma tarefa complicada sair de casa para buscar ajuda em um hospital, pela distância e pelos meios de locomoção, que nem todos tinham. Por isso eram chamadas as parteiras”, explica.
No livro “As Parteiras” de Elma Sant’ana, curiosidades sobre o ofício no Rio Grande do Sul são detalhadas. “Antes da criação da Faculdade de Medicina de Porto Alegre, em 1898, a primeira no Estado, havia o Curso Livre de Partos”, destaca a obra. Contudo, segundo informações do livro Aspectos Históricos da Obstetrícia Gaúcha (1992), os cursos foram extintos por lei em 1925.
Dona Dulce: até hoje lembrada
Na época também se mantinha a tradição de se enterrar o umbigo. Uma espécie de simpatia que segundo os mais velhos, “definiria o futuro da criança”. Maria conta que o seu foi enterrado na antiga casa onde morava com sua família, na avenida Artuíno Arsand.