Paranhana gera 1.254 empregos formais em janeiro, mas não supera efeitos da pandemia

Indústria foi o setor que mais perdeu empregos no auge da pandemia, mas é o que mais criou vagas nos últimos meses. Foto: Abicalçados/Divulgação

Região – Primeiro, alguns dias de férias do escritório. Depois, a suspensão parcial do contrato. Por fim, em julho, veio a demissão. Desde então, a moradora de Igrejinha Paula Mendes dos Santos, 41, não conseguiu mais assinar a carteira, mesmo espalhando currículos por quatro cidades da região.

A dificuldade de Paula é um típico caso do mercado de trabalho do Vale do Paranhana, que alcançou índices positivos em janeiro, com criação de 1.254 vagas, mas acumula perda de 2.935 postos formais se considerado todo o período desde março de 2020 — mês em que foram sentidos os primeiros efeitos da pandemia. Os dados são do Ministério da Economia e representam a diferença entre contratações e demissões no mercado formal.

Apesar de todos os municípios terem apresentado saldo positivo em janeiro, somente Parobé já recuperou todas as vagas perdidas no ano passado. Quem está mais longe de superar os efeitos indigestos é Três Coroas, que desde março tem perda de 1.128 empregos.

Considerando somente janeiro, quem mais criou postos formais foi Rolante, com 309 empregos. Logo em seguida está Igrejinha, com 298. O ex-prefeito e atual secretário de Desenvolvimento Econômico, Joel Wilhelm, ressalta que o Executivo igrejinhense tem cumprido com seu papel no apoio às empresas. “Arrancamos muito bem este ano e a prefeitura vem fazendo sua parte através da lei de incentivo e com cursos de formação. São números positivos que a gente espera que possam se manter ao longo do ano”, pontua.

Joel avalia que o agravamento da pandemia nas últimas semanas deve dificultar a recuperação. “Temos expectativa de que a gente possa logo voltar a ter equilíbrio entre saúde e economia.”

Saldo puxado pela indústria
Setor que mais perdeu vagas no ápice da pandemia, a indústria é que impulsiona a recuperação dos empregos na região e no estado. Dos 1.254 postos criados em janeiro no Paranhana, 1.216 foram neste segmento.

A tendência é a mesma no estado. Das 27.168 vagas formais criadas no RS, 12.368 foram no setor. A agropecuária aparece em seguida no índice estadual, com 6.488. O comércio, fortemente afetado pelas restrições de circulação, gerou apenas 2.042 vagas em janeiro no RS.