Para viver o tradicionalismo: Rolantchê, o rodeio internacional

Rodeio acontece anualmente e reúne pessoas de outros estados e países. Foto: Divulgação

Rolante – De uma simples festa de laço a um dos maiores eventos tradicionalistas do Rio Grande do Sul. Essa é a trajetória que o Rolantchê percorreu em seus 36 anos. O evento anualmente promove diversas competições e premiações, além de proporcionar um encontro com a cultura gaúcha.

Tudo começou no ano de 1967. “O parque foi alugado com a intenção de fazer uma festa de laço. E foi feito, mesmo sem ainda ter cancha. O gado saia de dentro de um galpão e os laçadores faziam as paredes com os cavalos”, relata Gima Gomes, patrão do Piquete Laçadores Três Instâncias, entidade que organiza a parte campeira do evento.
Com o passar dos anos, a estrutura que hoje abriga o Parque Municipal Vitor Mateus Teixeira foi ganhando melhorias.

Por volta de 1969 a primeira cancha foi montada. Mais de uma década depois, em 1981, os envolvidos na organização dos eventos decidiram arrecadar recursos para comprar o local. “Por uma questão de administração e para dar manutenção ficou toda a escritura no nome da prefeitura”, contextualiza. Em 1984 a primeira edição oficialmente denominada de Rolantchê aconteceu.

“Temos registrados nos livros de ata que nesses primeiros torneios vinham entidades de cidades distantes. Durante algum tempo a premiação foi cabeça de gado bovino. Depois evoluiu para o que é hoje, com rodeio que chega a dar até R$ 1 milhão. Virou uma coisa profissionalizante”, explica Gima, acrescentando que “o foco da nossa entidade é fazer o rodeio dentro da tradição, mas por questões de competitividade é preciso da premiação”. Hoje, além de dois carros zeros, os competidores ainda ganham prêmios em dinheiro.

Há cerca de 20 anos participantes de países como Argentina e Uruguai também começaram a participar das competições do evento, tornando o rodeio conhecido internacionalmente.

Uma micro expointer
Com o passar dos anos, novas e diversificadas atividades foram sendo agregadas ao evento, que é organizado por entidades ligadas ao tradicionalismo e à agricultura. “Costumo dizer que é uma mini-expointer. Nesse estilo nenhum outro rodeio da região faz”, salienta Gima. Entre os elementos da festa ele cita as competições, as exposições de máquinas e de pequenos animais, e as apresentações. “Cada segmento vai tirando da Expointer ou de outros países as ideias, além das ideias próprias. A gente vai adaptando ao tamanho da nossa festa”.

Gima destaca que o rodeio é uma forma de incentivar as pessoas e o tradicionalismo. “Vivenciar a tradição é uma forma de incentivo. E temos que incentivar essa cultura, senão o pessoal mais novo não adere e ela termina”, conclui.

Para 2021, a previsão é de que a edição aconteça de 10 a 14 de novembro, mas tudo depende de como vai estar a contenção da pandemia de coronavírus até lá.