Em 2023, o Palácio Municipal Coronel Diniz Martins Rangel completa 115 anos de construção. Durante esse período, foi palco de inúmeras histórias e momentos importantes, mas o que pouca gente sabe é a intendência municipal – como era chamada na época – também sediou um presídio, com celas e espaço para banho de sol dos presos, confirmando a importância da sua construção para o contexto histórico da cidade, pois foram diversas as serventias ao longo da história.
Até hoje, conforme conta o professor Maicon Rodrigues, coordenador do Museu Adelmo Trott, vestígios originais do presídio, construído no prédio há mais de um século, podem ser encontrados. “Os batentes das entradas das celas. Ainda tem alguns que podem ser vistos”, cita.
Tentativa de fuga no século passado
Sobre o presídio, Rodrigues ainda revela uma curiosidade da época.
“Há relatos que figuram entre o mito e a verdade que é a questão de fugas. Existia uma ventilação com grades que hoje em dia também conseguimos visualizar no prédio, que tinha saída para o espaço que o pessoal tomava sol [onde atualmente é pátio do Procon]. Três prisioneiros conseguiram serrar a grade, dois escaparam e um acabou ficando entalado. Na tentativa de pedir ajuda, por conta do barulho, os policiais acabaram percebendo e todos os três foram recapturados. Neste momento, eles perceberam que não era mais seguro permanecer com as pessoas presas aqui”, relata.
Restauração nos planos
Cientes da importância de preservar essa memória, o município pensa em restaurar o prédio do palácio. O diretor de Cultura de Taquara, Rafael Tourinho, conta como a Administração planeja promover essa importante obra. “Agora estamos pensando na possibilidade de um projeto de restauração, via Lei de incentivo à cultura ou outra forma de financiamento que a gente possa transformá-lo em um espaço de referência, mais do que ele já é. Fazer um espaço cultural e também preservando as características originais do prédio que são tão emblemáticas e específicas de uma época aqui de Taquara”, revela.