Mundo – A chefe do programa de emergências da Organização Mundial da Saúde (OMS), Maria van Kerkhov, declarou nesta segunda-feira, 8, que a transmissão do novo coronavírus através de pacientes sem sintomas de Covid-19 parece ser “rara”. Porém, também ressaltou a diferença entre assintomáticos – pacientes que não manifestam qualquer sintoma da doença – e pré-sintomáticos – aqueles que ainda virão a desenvolver algum sintoma de Covid-19.
Mais tarde, em seu perfil no Twitter, Maria recomendou a consulta ao guia da OMS, publicado na sexta-feira, 5, que fala a respeito do uso das máscaras de proteção. No documento, o órgão ressalta que “estudos mais abrangentes sobre a transmissão de indivíduos assintomáticos são difíceis de conduzir”, mas traz uma pesquisa realizada com 63 indivíduos, como exemplo. Nela, dos 63 pacientes assintomáticos estudados na China, havia constatação de que 9 deles infectaram outra pessoa.
Neste mesmo documento, a OMS alerta que “os dados disponíveis até o momento, que tratam de casos de infecção em pessoas sem sintomas são decorrentes de um número limitado de estudos com pequenas amostras que estão sujeitas a revisões e não podem dizer se eles carregam a transmissão”.
O diretor do Instituto de Saúde Global da Universidade de Harvard, Ashsh K. Jha., explica que apenas 20% de todos os infectados serão assintomáticos, os demais 80% poderão desenvolver sintomas leves a mais duros da doença.
Com a informação, Maria pediu que os países se concentrassem naqueles que apresentam sintomas para tentar conter o vírus. “Se de fato acompanhássemos todos os casos sintomáticos, isolássemos esses casos, rastreássemos os contatos e colocássemos esses contatos em quarentena, haveria uma drástica redução na transmissão. Se pudéssemos nos focar nisso, iríamos nos sair muito bem em termos de suprimir a transmissão”, afirmou.