Oktoberfest de Igrejinha: lembranças e projeções de eternas soberanas

Fotos: Acervo/Oktoberfest de Igrejinha

 

Seja para quem participa como espectador ou para quem vive a festa como voluntário, a Oktoberfest de Igrejinha deixa lembranças que ficam marcadas para sempre. Entre as soberanas, o discurso é unânime: o orgulho pela festa transcende as respectivas edições e permanece vivo, independente dos caminhos que tenham traçado durante suas vidas.
Para entender um pouco deste sentimento, a reportagem conversou com Andrea Volkmann, Raquel Brentano, Silvana Aline Sparrenberguer e Magda Elenice Hess, rainhas das quatro primeiras edições (1988, 1989, 1990 e 1991), que compartilharam suas melhores lembranças.
Andrea, como soberana da primeira edição, conta que foi uma festa rodeada de muita expectativa. “Um sonho de fazer uma festa para resgatar a cultura alemã. Era tudo muito simples, mas tudo foi feito com muito amor. Não imaginava que a festa um dia se tornaria um evento tão grandioso como é hoje”, destaca Andrea, rainha da primeira edição.
Raquel Brentano, a soberana da edição de 89, classifica o brilho nos olhos dos visitantes da festa como uma de suas melhores recordações. “Naquela época, a festa era uma coisa muito nova e a gente [soberanas] representava Igrejinha fora dos limites da cidade. Aparecíamos na TV, na rádio, então, o pessoal achava isso muito legal e esse espaço que tínhamos refletia no carinho das pessoas conosco”, relembra.
Silvana Sparrenberguer, a 3ª rainha, recorda de um momento com a sua família. “Todos os momentos da festa sempre são especiais, não tenho algo de melhor, sempre tudo maravilhoso. Só me recordo de uma Oktoberfest onde fomos levados pelo cordão da Brigada para encerrarem a festa. Foi muito divertido, eu o meu marido, a minha filha e a amiga dela, nos divertimos muuuito com aquela situação”, relata.
Magda, soberana da edição de 1991, exalta as amizades. “Os vínculos criados durante este período, ainda fazem parte do meu convívio. Outra lembrança é o início dos bailes que sempre era com a polonaise, da qual sempre participávamos. O dia do repasse às entidades, foi o encerramento de um ciclo, feliz por ter representado a maior festa do voluntariado”, conta.
E para futuro, o que será elas esperam?

Preservar o voluntariado

Soberanas expressaram desejo em comum

O espírito da festa é o voluntariado. Tanto que a Oktoberfest de Igrejinha é reconhecida como a maior festa comunitária do Brasil. Questionadas sobre o que esperam para o futuro da festividade, no fundo todas manifestaram a vontade de que se mantenha essa essência. Magda Hess, rainha da quarta festa, ilustra o desejo que de alguma forma acaba refletindo os anseios das demais. ”Espero que ela não esqueça sua origem, de cultivar e preservar as tradições e a cultura de nossos antepassados. Que não perca o caráter do voluntariado e o auxílio às entidades. Que cresça de maneira ordenada, sem perder a identidade”, projeta.

E daqui 40 anos, o que elas esperam?

Rainhas manifestaram as mais diversas projeções

Já são 31 anos de festas realizadas e a marca está fixada. Tanto nacional como internacionalmente, é quase impossível não associar Igrejinha a Oktoberfest e, embora a pandemia tenha impossilitado a festa de acontecer em 2020, a expectativa de que ela ocorra por longos anos é real. Isso porque, entre tantos os motivos que justificam a necessidade de sua realização, está a ajuda financeira que a Oktoberfest possibilita para entidades, não só de Igrejinha como da região.
Considerando todos estes fatores, como será que as rainhas imaginam o município daqui 40 anos? As integrantes das cortes de 88,89,90 e 91 aceitaram o desafio de imaginar o município quatro décadas a frente e responderam ao questionamento exalando boas energias e amor pela capital estadual do voluntariado – instituída por lei pela Assembleia Legislativa do Estado em outubro de 2019.
Andrea se define como uma apaixonada pela festa e pela cidade e destaca que o momento será importante para a festa. “Acredito que esse potencial criativo irá trazer bons frutos no futuro, no desenvolvimento e crescimento da nossa cidade”, contextualiza.
Já Raquel Brentano, revela que deseja que Igrejinha continue linda e que siga despertando nos moradores esse amor pelo município, que é notório hoje em dia. “Eu imagino ela [a cidade] valorizando as pessoas. As pessoas cada dia mais educadas, cada dia mais integradas entendendo que aqui é lugar de paz, um lugar de bençãos. Onde estamos tranquilos ainda mediante a tantas coisas que acontecem no mundo, acredito que a comunidade está ciente com relação a isso, quanto ao valor dessa paz e tranquilidade do nosso lugarzinho aqui e creio que, mesmo passando 40 anos, os nossos filhos e netos vão continuar preservando essa questão de trabalhar, educar… valorizar a educação, a mente, as coisas que levam sempre a paz, a esperança, a bondade, a Deus. Isso eu acredito”, relata.
A rainha da festa de 1990, Silvana Sparrenberguer, se diz orgulhosa de ter nascido na cidade e idealiza um futuro de avanços em setores da economia. “Imagino Igrejinha como um centro do vale do Paranhana. Será um centro da indústria e do comércio. É um município que está sempre se desenvolvendo, nunca para no tempo. Tenho muito orgulho de ter nascido igrejinhense!”, exclama.
A soberana da festa de 91, Magda Hess, deseja um futuro de evoluções e oportunidades: “40 anos é muito tempo… Mas, desejo que nossa cidade continue prosperando, que valorize a educação, que traga novas possibilidades de emprego, gerando maior renda, para que o cidadão possa orgulhar-se da cidade em que vive”, opina.
As projeções são inúmeras e representam o que há de mais genuíno na conservação de valores, raízes e memórias. E você, como visualiza o município daqui 40 anos?