Oktoberfest de Igrejinha: Banda típica Macega Show

Banda em agenda com a comitiva da Oktoberfest Foto: Juliano Arnold

É quase impossível falar de Oktoberfest de Igrejinha e não lembrar do som da banda típica ecoando pela festa. E ainda que dezenas de grupos passem pelas dependências do Parque de Eventos Almiro Grings, a banda típica Macega Show, que toca no evento igrejinhense há 33 anos, caiu nas graças do público que passa pela oktober e é uma das atrações mais aguardadas a cada edição.
Com uma história de 52 anos de vida, a banda carrega o título de ser a oficial da Oktoberfest de Igrejinha, o que é motivo de orgulho, segundo o senhor Aníbal Sander, um dos integrantes mais experientes da Macega Show. “A gente faz o acompanhamento para todos os lugares. É a banda exclusiva da festa. Já teve lugares que nos disseram que não teria verba para a banda ir, mas mesmo assim nós vamos. Aconteceu também de nos questionarem pelo fato de tocarmos de graça e eu sempre respondi que nós também podemos ser voluntários. A festa é nossa, de vez em quando podemos também de tocar. Nós sempre temos o privilégio de ser a banda que tem mais apresentações”, mencionou Sander.
Composta atualmente por 10 músicos, a banda tem uma agenda lotada de shows e realiza apresentações pelo Rio Grande do Sul afora. Contudo, segundo Aníbal, estava sentindo falta da Oktoberfest de Igrejinha. “A gente já está se emocionando agora. Eu já estou falando para muita gente, esse ano não vai caber o pessoal no parque”, opinou. “Pelo o que a gente está vendo em todas as festas que estamos tocando antes da oktober, o público está marcando presença. Esse ano promete”, comentou.
Neste ano, dos nove dias de festa, a banda Macega Show vai tocar em oito. Questionado sobre o momento de descanso, Sander é rápido na resposta. “A gente descansa depois”, brincou.

Manter viva a tradição da banda típica é um desafio

Manter viva a tradição da banda também é um dos desafios que os músicos acabam encontrando pelo caminho. Embora ninguém pense em abandonar a música, a idade avançada da maioria dos integrantes faz com que a formação de novos músicos seja uma preocupação para que a cultura não se perca e a história da banda se perpetue.
Adelar Rabaioli, de 56 anos, faz parte da Macega Show há mais de 20 anos e comenta sobre o assunto. “Falta um incentivo. Tem muita gente que tem a vontade de tocar, só que é difícil para um pai de família adquirir um instrumento destes. Um trombone, por exemplo, custa em torno de R$ 2,5 mil. Como um pai vai comprar isso por um filho sem saber se ele realmente vai querer seguir tocando?”, pontuou Fleck. “Aqui, há 20 anos, tinha 12/13 bandas completas, com 10/11 componentes. Procura hoje quantas bandas tem em Igrejinha. A mais completa que tem aqui na cidade é a nossa”, complementou Aníbal.
Pensando em mudar essa realidade, através da Secretaria de Turismo, Igrejinha iniciou um trabalho focado na modalidade blaskapelle – banda de metais focada na cultura alemã.
Interessados em participar da banda podem buscar mais informações na Biblioteca Pública Municipal Prof. Gustavo Adolfo Köetz, que fica dentro do Parque de Eventos Almiro Grings, durante o horário de funcionamento do órgão (de segunda a quinta, das 8h às 11h30 e das 13 às 18h e na sexta-feira, das 8h às 14h) ou pelo telefone (51) 35453435.
Nos sábados, o professor Paulo está disponível para sanar dúvidas entre as 8h e 11h, diretamente no parque, onde acontecem os ensaios.

Emoção por espalhar a música típica pelo estado

 Aos 78 anos e com uma história de mais de 60 com a música, o senhor Aníbal Sander (foto ao lado) relata que ainda se emociona ao poder tocar. “Eu me emociono, no sábado de noite é quase como a gente tocar num velório de um amigo, a emoção vem e não dá para segurar ao ver o povo vibrar e bater palma e dançar, isso para nós, é uma honra”, ressaltou.

 

 Adelar, por sua vez, classifica o momento que está vivendo com a banda Macega Show como um dos melhores. “Eu já toquei em vários estilos. Musical de bailão, banda típica de palco, mas o momento que estamos vivendo agora, é um dos melhores que eu vivo em 38 anos na música. É bastante contrato e sempre sendo aplaudido”, exaltou o músico.

80 anos de alegria e emoção

 Uma das atrações a parte da apresentação da Macega Show é o marimbau, instrumento tocado pelo senhor José Barros, que aos 80 anos de vida esbanja vitalidade e alegria ao dominar o aparelho, feito artesanalmente, composto por latas e pratos que emitem um som de percussão, que não pode faltar no espetáculo.
Sobre a emoção de poder espalhar a música, seu Zezinho, como é popularmente conhecido, também destaca a aceitação do público, que do mais jovem ao mais experiente, recebe a banda sempre com muita alegria. “É emocionante a gente tocar da maneira que nós nos apresentamos. Na realidade, quando o seu Aníbal finaliza a apresentação, o público sempre pede mais uma, não querem que a gente pare de jeito nenhum, em todas as festas que tocamos é assim”, relembrou.