Estudo aponta que VLT é alternativa mais viável para expandir Trensurb até a região

Foto: Alex Rocha-PMPA

As discussões iniciadas referente a expansão da linha atual do Trensurb para as demais cidades do Vale dos Sinos e Vale do Paranhana até Taquara seguem gerando articulações em diferentes frentes.

Presidente da Frente Parlamentar criada na Assembleia Legislativa para debater o tema, o deputado Issur Koch (Progressistas) conversou com Fernando Marroni, presidente da Trensurb, na última semana e recebeu algumas informações importantes referente ao estudo feito pela estatal, ainda em 2014, para aumentar a cobertura ferroviária da região. Na época, o estudo de expansão foi realizado até Sapiranga. O sistema atual de trilhos, conforme o estudo, é inviável para a demanda projetada e a alternativa seria a expansão através dos Veículos Leves sobre Trilhos, o VLT. Nessa projeção realizada nove anos atrás, seriam 16,5 km de traçado, com 16 estações.

Em 2015, a projeção apontava um aporte financeiro de R$ 1,150 bilhões para a implantação do sistema, incluindo as desapropriações necessárias. O mesmo estudo apontou que, em 2045, caso implantado, o VLT transportaria 25 mil passageiros por dia.

Momento é o ideal para tratar do assunto

Para o deputado, a discussão iniciada anos atrás precisa ser retomada devido aos grandes benefícios que a expansão pode gerar para a região. “Em todo o mundo, o investimento em infraestrutura ferroviária tem impacto direto no crescimento econômico e na qualidade de vida das pessoas. É por isso que criamos na Assembleia Legislativa a Frente Parlamentar Pela Extensão do Trensurb até o Vale do Paranhana”, cita. “Sei que para muitos pode ser apenas um sonho falar neste momento na extensão da linha, uma vez que essa é uma obra que envolve bilhões de reais e exige disposição política para tirá-la do papel. Entretanto, há 20 anos, quando se discutia a chegada do trem a Novo Hamburgo, muitas vozes duvidaram do que hoje é realidade. O melhor momento para pensarmos na continuidade das obras era aquele; o segundo melhor é este”, finaliza Issur.

Cidades se movimentando

A expansão do trem também mobiliza as cidades da região. Um Comitê Regional Popular Pró-Extensão da Trensurb para o Vale do Sinos e Vale do Paranhana também está discutindo o assunto. Uma audiência pública foi realizada dias atrás em Sapiranga e a Comissão Especial de Mobilidade Urbana da Câmara de Vereadores de Campo Bom realiza audiência em 14 de dezembro para tratar do assunto. O encontro ocorre no plenário do Legislativo, às 18h30.

A possível expansão do trem também é vista com expectativa pela Associação dos Municípios do Vale Germânico (AMVAG), que contempla Campo Bom, Sapiranga, Araricá e Nova Hartz. “A evolução do metrô para outras regiões é uma necessidade e um projeto que impulsiona cidades e integra regiões. Com ele, todos ganham e nosso Estado caminha para um complexo de transporte que iguala grandes capitais e cidades do mundo. Esperamos que ele seja uma novidade concreta, o mais breve possível”, enfatiza Diego Francisco, prefeito de Estância Velha e presidente da AMVAG.

Autoridades comentam

“A extensão do Trensurb seria importante para conectar a capital até Campo Bom, Sapiranga e Taquara. Isso propicia que a gente tenha uma integração maior entre os municípios, garantindo acesso a diversos serviços. Apoiamos a iniciativa pela importância que tem para a região”. – Luciano Orsi, prefeito de Campo Bom e presidente da Famurs.

 

Como cidadão e presidente da Câmara de Vereadores de Sapiranga, entendo a utilização do trem como uma demanda urgente. A expansão da Trensurb ligando a capital Porto Alegre a mais cidades do Vale do Sinos e também à região do Paranhana será um grande feito às sociedades, dando fluidez e segurança aos deslocamentos, além de promover o bem-estar coletivo”. – Tiago Moraes, presidente da Câmara de Vereadores de Sapiranga.

 

Delmar Backes

Há todas as condições neste momento (de se desenvolver o projeto), porque não precisa desapropriar muita coisa. A RS-239 é um exemplo claro disso. Usamos o leito praticamente da 239. Se esperarmos décadas, teremos que desapropriar uma série de propriedades e se torna inviável”. – Delmar Backes, diretor-geral da Faccat