Parobé – Um material informativo distribuído pela Corsan, em 2013, por todo o município trouxe à tona um debate que estava de certa forma esquecido: a necessidade da Corsan investir em tratamento de esgoto para reduzir a carga de poluentes despejados, diretamente, no Rio Paranhana, e consequentemente, no Rio dos Sinos.
Recentemente o vereador, Moacir Jagucheski, do PPS, lembrou que a concessão assinada entre a Prefeitura e a Corsan, por 20 anos, previa investimentos no saneamento. “Em 2013, a Corsan se comprometeu a investir R$ 42.000.000,00 no município. Tenho comigo um panfleto da Corsan que comprova isso. Porém, estamos há sete anos esperando por essas intervenções que nunca aconteceram”, cobrou o vereador. Moacir demonstrou ainda frustração ao perceber, que em municípios onde o serviço de água é municipalizado, as coisas acontecem e estão funcionando.
No final de 2013, a Corsan divulgou amplamente, um contrato de R$ 1 bilhão entre a estatal, o Ministério das Cidades e a Caixa Econômica Federal através do antigo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) II e que se transformou em bandeira dos governos petistas para capilarizar obras pelo interior do país.
Material distribuído pela Corsan sobre Parobé
Bacia do Sinos e Gravataí
Na época, a presidente era Dilma Rousseff, o governador do Estado era Tarso Genro e o diretor-presidente da Corsan era, Tarcísio Zimmermann, ex-prefeito de Novo Hamburgo. Naquela época, Tarcísio disse: ““A maior parte dos recursos está sendo destinado para as cidades da Bacia do Rio dos Sinos e Rio Gravataí, o que representa uma população estimada em 2,5 milhões de habitantes”, declarou. A meta da Corsan era elevar o percentual de tratamento de esgoto no estado de 15% para 40%. Outro município contemplado no mesmo pacote foi Taquara, mas os projetos sequer saíram do papel.
O que a Corsan explicou sobre os projetos de Parobé
- Através da assessoria de imprensa, a Corsan detalhou amplamente o projeto para Parobé na área de tratamento de esgoto.
- A estatal revelou que o valor foi readequado para R$ 34.464.699,06 após redução do valor de investimento determinado pelo Ministério das Cidades, em abril de 2018.
- Em relação ao Termo de Compromisso, a Corsan informou que o mesmo permanece ativo, entretanto, pendências de ordem técnica, principalmente relacionadas à titularidade de áreas, têm impedido a aprovação dos projetos pela Caixa Econômica Federal.
- Outro detalhe revelado pela companhia diz respeito aos aspectos técnicos do projeto. Originalmente, ele foi dividido em duas etapas.
- Etapa 1 que compreende 52.423 mil metros de redes coletoras, quatro estações de bombeamento de esgotos, uma estação de tratamento de esgotos, 5.210 ligações prediais e 1.650 ligações intradomiciliares.
- A Etapa 2 – 8.639 metros de redes coletoras, duas estações de bombeamento de esgotos, 890 ligações prediais e 285 ligações intradomiciliares. Entretanto, com a supressão da 2ª etapa pelo Ministério das Cidades, o projeto atual prevê a implantação das obras previstas na etapa 1.
- Todo projeto que envolve tratamento de esgoto, obviamente, precisa de um amplo local para receber esse dejeto e passar pelo respectivo tratamento. Em Parobé, a futura Estação de Tratamento de Esgoto (ETE), está dimensionada para uma vazão de 50L/s, ou seja, 0,05m³/s, como primeira etapa. A Corsan revelou que o projeto prevê a implantação da ETE na zona rural, no distrito de Fazenda Martins.
- Sobre prazos para a execução da obra, a Corsan informou que se o recurso for mantido pelo Governo Federal, a Corsan deve licitar o projeto prevendo redes coletoras do tipo separador absoluto para o município.
Meio ambiente
A Secretaria do Meio Ambiente informou que o tema é importante, e no momento, o foco é a revisão do Plano Municipal de Saneamento, que precisa de uma audiência pública, para ainda este ano, ter a sua finalização concluída, e o projeto final, aprovado pela Câmara de Vereadores.
Sobre a implantação do projeto de tratamento de esgoto, a secretaria explicou que o projeto não foi implantado, pela Corsan, por problemas financeiros da própria companhia.
Plano de Saneamento prevê regras
Uma das possíveis exigências que o novo Plano Municipal de Saneamento apresente na sua nova formatação recai sobre a necessidade da limpeza e manutenção das fossas e filtros de todas as construções (comerciais, industriais e residênciais). A proposta ainda está em debate, mas a ideia é que essa indicação conste no plano. Antes, o tema será discutido em audiência pública com data, horário e local a serem definidos.
Um dos problemas detectados pela equipe da Secretaria de Meio Ambiente que desenvolve o plano é que a maioria da população brasileira, instala a fossa e o filtro em seus imóveis e ficam mais de dez anos, em alguns casos, sem limpar as estruturas. Uma pesquisa on-line sobre esse e outros assuntos podem ser acessada no link: https://forms.gle/TK5BFCJPx3CEyd8J8