Número de óbitos por problemas respiratórios aumenta no RS, mas região tem quadro estável

Hospitais de Igrejinha e Parobé apresentam dados constrastantes dos números desde o primeiro caso no RS Foto: Renata Eidelwein

Por Lilian Moraes Matheus de Oliveira

Região – Apesar do aumento no número de mortes por problemas respiratórios no Rio Grande do Sul, as cidades da região tem registrado um quadro estabilizado destes casos nos primeiros quatro meses de 2020. No intervalo entre os dias 1º de março e 19 de maio deste ano foram notificados 2.132 óbitos por insuficiência respiratória no RS contra 1.845 no mesmo período em 2019, conforme dados da Central de Informações do Registro Civil (CRC Nacional).

Na contramão disso, os maiores hospitais que se mantém ativos na região desde que os primeiros casos do coronavírus foram notificados no estado apresentam dados contrastantes. Em Igrejinha, houve o registro do mesmo número de falecimentos por causas respiratórias entre janeiro e abril de 2019 e 2020: foram 11 casos. O hospital de Parobé contabilizou oito óbitos a mais na mesma comparação.

A SES orienta que amostras de secreções das vias respiratórias pessoas que tenham sido internadas por síndromes respiratórias sejam coletadas logo que o paciente seja internado, afim de detectar se há ou não infecção pelo novo coronavírus. Esses casos são os considerados de notificação compulsória.

Secretaria Estadual de Saúde explica orientações em casos de SRAG

Informações disponíveis no CRC Nacional, dão conta de que no período entre março e 18/05 de 2020, 66 mortes por Síndrome Respiratória Aguda Grave foram registradas no RS, 53 a mais do que no mesmo período de 2019.

Questionados sobre a possibilidade deste aumento estar relacionado à subnotificação de casos da Covid-19, a Secretaria Estadual de Saúde esclarece que todos os hospitais públicos e privados do Estado, devem notificar diariamente os casos de SRAG com ênfase ao Covid-19. “Caso o óbito desses casos venha a ocorrer antes do diagnóstico laboratorial, a orientação é para que as certidões de óbito tenham a informação de suspeita de Covid-19, mesmo que associada a outras causas (uma pneumonia ou uma parada cardiorrespiratória, por exemplo) ”, disse a SES, através de nota.

O balanço mais recente das SRAG (realizado em 09/05) tinha a notificação de 4.551 hospitalizações no Rio Grande do Sul, neste ano.

Números de sepultamentos em Igrejinha e Parobé se mantém regular 

Dados coletados com as Prefeituras de Igrejinha e Parobé indicam um equilíbrio nos números de sepultamentos realizados nas cidades, comparados ao mesmo período de 2019. Em Igrejinha, até a sexta-feira, 16, agentes do cemitério municipal realizaram 22 sepultamentos, dois a mais com relação ao ano passado.

Em 2020, em Parobé, os indicativos apontam uma queda no número, são cinco a menos do total realizado nos primeiros quatro meses de 2019. Os indicativos apresentados na tabela ilustram uma perspectiva do quantitativo total de sepultamentos, sem levar em consideração as causas das mortes.

SEPULTAMENTOS

Igrejinha    2019    2020
Janeiro            06         03
Fevereiro         05         08
Março             04         06
Abril                05         05
Total                20         22

Parobé        2019    2020
Janeiro             08         03
Fevereiro          02         01
Março              00         00
Abril                 03         04
Total                 13         08

Mortes por doenças respiratórias em cidades da região

Hospital de Igrejinha
Óbitos 2019
Janeiro – 2
Fevereiro – 2
Março – 3
Abril – 4
Total=11

Óbitos 2020
Janeiro – 2
Fevereiro – 4
Março – 3
Abril – 2
Total=11

Hospital de Parobé
Óbitos 2019
Janeiro – 7
Fevereiro – 3
Março – 4
Abril – 2
Total = 16

Óbitos 2020
Janeiro – 8
Fevereiro – 6
Março – 8
Abril – 2
Total = 24

Fonte: Assessoria de Comunicação dos hospitais.