Notícias viram conteúdo de aula em escola municipal de Parobé

Estudantes confeccionando cartazes com reportagens sobre saúde (Fotos: Melissa Costa)

Parobé – A cada semestre, a edição impressa do Jornal Repercussão tem se tornado ferramenta essencial para as aulas de Português da professora Clair dos Santos Wilhems, da escola Noemy Fay dos Santos. As reportagens sobre as 10 cidades de cobertura do Grupo Repercussão se transformam em conteúdo de aula e resultam em trabalhos que incentivam à leitura, dicção e interpretação de texto.

E, neste semestre, parte deste trabalho foi levado para a avenida no desfile de 7 de Setembro, através do projeto denominado de “Trabalhando com o jornal na sala de aula”. “Alguns dos cartazes foram selecionados e os próprios alunos os levaram na avenida”, contou a professora, orgulhosa.

O projeto, realizado com as duas turmas de 7º ano, iniciou com a seleção de notícias, de todas as editorias. “Dividimos as turmas em grupos e eles poderiam escolher as reportagens de preferência deles dentro de cada editoria”, conta Clair. Após isso, eles tiveram que confeccionar cartazes e explicar para todo a turma o que dizia cada reportagem. “Parece um movimento simples, mas não é. Isso envolve dedicação, interpretação, desenvoltura para falar em público; a gente percebe nisso que muitas vezes o que parece óbvio, é um óbvio que precisa ser dito”, relatou a professora.

Orgulho das mudanças percebidas

A professora Clair sempre alimentou o ensino através de jornais. Ela acredita que a proposta traz excelentes resultados. “O principal objetivo é incentivar a leitura, saber que eles estão lendo e estão entendendo o que está escrito. Fico muito feliz porque já posso ver muitas mudanças. No início do projeto, alguns chegavam a se encolher para falar em público, de tanta vergonha; agora, já vemos muito mais desenvoltura para explicar aos colegas o que determinada reportagem diz”.

Pautas graves chamam atenção

Entre as reportagens que mais chamaram a atenção dos alunos, estão os textos da editoria de polícia. As duas principais foram sobre a prisão dos acusados de matar uma pessoa por engano e outra sobre as celas exclusivas para mulheres na delegacia, duas notícias de Taquara. “Acreditamos muito que as notícias ruins cheguem para alertar. Usamos elas para ensinar que os alunos devem ficar longe das drogas, do mundo do crime”.

Outras duas editorias que despertaram o interesse foram de esporte, sobre competições regionais; e também da política, cujo período é eleitoral e os alunos se interessaram por saber mais dos candidatos. “Temos, ainda, situações peculiares. Um aluno, por exemplo, não sabia o que era lazer. Com algumas reportagens, ele passou a saber o que era. As aulas com a utilização de jornais são dinâmicas; gosto muito”, completa a professora.