Nascimentos em ambulância trazem recordações emotivas em Riozinho

Técnica em enfermagem Rosangela, motorista Eliseu e as crianças Gabriely e Sofia (Foto: Melissa Costa)

Riozinho – Em um intervalo de seis anos, Riozinho registrou o nascimento de dois bebês dentro de uma ambulância a caminho do hospital.

Na semana passada, as duas famílias se encontraram para entrevista com o Repercussão. O momento foi marcado por recordações emocionantes. Nas duas situações, os partos foram feitos pela mesma técnica de enfermagem, Rosangela de Mattos. Outra coincidência nas duas histórias é a de que parto foi realizado no mesmo trecho da RS-239, em Taquara. O Hospital São Francisco de Assis, em Parobé, é a referências para as gestantes de Riozinho. Nas duas situações, Gabrily, de um aninho, e Sofia, de seis anos, foram apressadinhas e nasceram antes. Logo após o nascimento, as duas foram levadas ao hospital mais perto, que é o Bom Jesus, de Taquara. Felizmente, as duas passaram bem e hoje esbanjam saúde e sorrisos.

A técnica de enfermagem recorda que o parto de Rosilda Aparecida do Amaral, no dia 26 de maio de 2016, foi um pouco mais complicado. “Ela fazia o acompanhamento da gestação em Porto Alegre porque a Sofia estava sentada e a mãe era diabética, motivos pelos quais ela teria que fazer cesariana”, contou. Dias antes do parto marcado, a bolsa de Rosilda rompeu e ela foi às pressas ao Hospital Nossa Senhora do Rosário, em Riozinho. “Então, saímos com destino a Parobé, mas não deu tempo”, recordou Rosângela.

“Deus, me ajuda”

Sem nunca ter realizado um parto, a técnica de enfermagem, ao perceber que não chegaria a tempo no hospital, procurou manter a calma e pediu ajuda a Deus. “Existem manobras que aprendemos quando o parto é com o bebê sentado, é um risco, mas acredito que Deus sempre está com a gente, nós não fazemos nada sozinhos. Sempre tem a mão de Deus. Era meu primeiro parto, só olhei para cima e disse: ‘Deus me ajuda’. Logo ela chorou, e deu tudo certo”, contou ela, emocionada.

CONVIVÊNCIA COM AS CRIANÇAS

O nascimento de Gabriely ocorreu em 2 de julho de 2021. A mamãe Patrícia Juliana da Silva passou mal em casa, no interior de Riozinho. Pouco antes das 4 horas, ela chegou ao hospital da cidade. O motorista da ambulância, Eliseu Bilefeldt, ainda se emociona com aquela madrugada. “Horas antes, havia atendido uma situação em que a vítima idosa faleceu. Depois, vivo isso, o nascimento de uma criança na ambulância, foi muito emocionante. Estava dirigindo quando houve um silêncio e logo depois escutei o choro da bebê”.
Enquanto Eliseu participava do primeiro parto, Rosângela revivia o momento. “Não tem explicação. Não tem palavra que define isso tudo que vivi”, disse.

Passado um ano do parto de Gabriely e seis anos do nascimento da Sofia, os profissionais da saúde mantêm contato direto com as duas famílias. Juliana trabalha no Centro e deixa Gabriely em uma escola próxima. “Vemos ela todos os dias”, contou Eliseu.

A família de Sofia tem amizade com Rosângela. “A mãe dela também é técnica de enfermagem e somos amigas próximas. Ela é muito grata, presente na minha vida, mantemos contato direto. Acompanho o crescimento da Sofia; é uma felicidade imensa”, completou Rosângela.