Na semana do dia das mães, parto domiciliar em Igrejinha foi momento de emoção para mamãe

Era noite de terça-feira, 7 de maio, por volta das 18h, quando Kelly Daiana Machado dos Reis começou a sentir as contrações que indicavam que seu filho estava querendo chegar. Grávida de 39 semanas, Kelly havia ido ao médico naquele mesmo dia para uma consulta de rotina, saiu de lá com a previsão de que seu filho nasceria em cerca de uma semana. Mas ninguém esperava que Vicente Rafael dos Santos fosse surpreender a todos e chegar naquela noite.
Quando Kelly começou a sentir as fortes dores que precedem o parto, seguiu a recomendação médica e foi para o chuveiro, buscando relaxar a musculatura pélvica para a hora do parto. Como as dores não cessavam, a mãe de Kelly, que estava com ela em sua casa, começou a ajudá-la a se preparar para se locomover até o Hospital Bom Pastor, onde realizaria o parto. Mas, naquele momento, Kelly já percebia que não daria tempo: a bolsa havia estourado.
Sem tempo para ir até o Hospital Bom Pastor, Kelly dos Reis se deitou e a família entrou em contato com os Bombeiros Voluntários de Igrejinha pedindo auxílio à gestante. Enquanto esperava pela chegada deles, Vicente veio ao mundo, nascendo ali mesmo, na casa onde agora é seu lar.

Bombeiros se deslocaram rapidamente, mas Vicente foi ainda mais veloz e chegou antes

Logo após o nascimento a equipe dos Bombeiros Voluntários de Igrejinha, formada pelo bombeiro Claudinho Feltes e pelas bombeiras voluntárias Klaudetty Conceição e Silvana Reis, chegaram até a residência e prestaram o atendimento a mais nova mamãe e ao bebê.

Ajuda na hora certa

Quando os bombeiros voluntários foram contatados ficaram preocupados, sem saber o que encontrariam ao chegar até a residência localizada no bairro Viaduto, em Igrejinha. Eles não sabiam nada sobre a paciente e nunca haviam presenciado um caso parecido, estavam preocupados com a saúde da mãe e do bebê. Quando chegaram a equipe realizou o corte do cordão umbilical. “Peguei o bebê e ele começou a chorar, e o chorar pra nós é sinal de vida, é preocupante se a criança está quietinha” comenta a bombeira voluntária Klaudetty Conceição, que participou do momento único vivenciado naquela noite fria de outono.

Primeiros dias

Vicente é uma criança calma, só chora quando está com fome.Ele não é o primeiro filho de Kelly, que também é mãe de Victor, de 2 anos. “No outro eu passei 24 horas em trabalho de parto. Aí nesse eu pensei, se é pra sofrer então que sofra em casa. Mas nunca imaginei que fosse nascer em casa! Queria chegar lá já ganhando, mas não ganhar em casa” conta Kelly, lembrando sobre o nascimento de seu primeiro filho. Após ser encaminhada ao hospital, mãe e filho já retornaram para casa na quinta-feira, dia 09, quando foram até a sede dos Bombeiros Voluntários de Igrejinha demonstrar a sua gratidão àqueles que foram grandes responsáveis pela chegada de Vicente. “Os heróis da história foram eles” comenta Kelly. “A gente fica feliz, porque tanta história triste que acontece por aí, tanta desgraça, e ele nasceu bem, com saúde” comemora William, pai de Vicente.

Texto: Gabriela Cardoso

Foto: Gabriela Cardoso/Divulgação