Taquara – Toda vez que chove forte em Taquara, os moradores das ruas Luís de Carvalho e Olímpio Cândido da Silva, no bairro Empresa, enfrentam o medo de ter suas casas alagadas pelas águas do Arroio Sonda. Os vizinhos já contabilizaram uma série de prejuízos nos últimos anos e cobram uma solução da Prefeitura para o problema.
Residente do bairro, o mecânico Luis Santos explica que o acúmulo de lixo nos canos de concreto por onde passa a água faz com que o nível do arroio suba e saia da canalização em períodos chuvosos. “Recentemente fizeram uma limpeza, mas com a chuvinha que deu semana passada faltou pouco para passar por cima”, contesta. Luis vive há 12 anos no local e afirma já ter perdido suas coisas por sete vezes.
Também moradora do bairro, Jéssica Prestes, de 27 anos, conta que já perdeu televisão, computador, cama e outros móveis com as inundações. “O que a gente pede é que resolvam o problema. A sujeira que entope a passagem de água vem de longe, não somos nós que colocamos ali”, contextualiza.
O coordenador da Defesa Civil de Taquara, Marlon Mello, diz que não há nenhuma intervenção a ser executada. “No último alagamento fui no local e disse que seriam retirados os lixos que estavam impedindo a passagem de água e foi feita a limpeza na boca de lobo que estava entupida. Nós orientamos a comunidade a não jogar lixo no arroio, porque entope. No momento não está sendo feito nada”, pontua.
Ajuda de vizinhos é essencial após as perdas
Morando no local há cerca de 13 anos, Dina Cordeiro Nunes, 50, relata que também já sofreu perdas. Ela reforça a importância do auxílio dos vizinhos, contando que “na última vez perdemos cama, comida, calçados, roupas e até um sofá. Se não fosse pela ajuda da vizinhança a gente não ia ter nem onde dormir”. Ela afirma que os moradores do local não jogam lixos no arroio. “A gente mora aqui, mas não jogamos lixo no arroio porque os prejudicados somos nós. Não temos culpa. Só queremos respeito e ajuda para resolver esse problema”, apela a moradora.
Moradores pedem solução
O morador Luis Santos cobra que sejam feitas mais limpezas no local e que uma ponte seja construída para permitir que a água passe mais livremente. “Um órgão responsabiliza o outro e ninguém resolve nada”, protesta. A vizinha Clarissa também reclama da situação. Ela relata que mora há 22 anos no local e que o problema persiste, sem ser resolvido. “Entra ano, sai ano e as casas sempre alagam e as pessoas perdem o que têm”. A Prefeitura foi procurada pela reportagem, mas não se manifestou sobre a situação.
Prefeito Tito Jaeger Filho explica que lixo contribuiu para transbordamento
De acordo com o prefeito Tito Livio Jaeger Filho, as ruas em questão não são alagadiças. O que de fato ocorreu, há alguns dias, foi o transbordamento do Arroio Sonda, que é lindeiro as referidas vias. A obstrução do arroio ocorreu em razão da grande quantidade de lixo descartado indevidamente em seu leito. “A municipalidade programará limpezas com mais frequência e também trabalhará conscientizando os moradores do entorno a não jogarem lixo no arroio”, informou o prefeito de Taquara.