Lojistas têm boas expectativas para o Natal, apesar da pandemia

Movimento no Centro de Taquara já lembra o período anterir à pandemia. Com mais pessoas na rua, aumentam as vendas Foto: Matheus de Oliveira

Região – Tradicionalmente a data de maiores vendas do ano na região, o período Natal é visto com otimismo pelos lojistas. O esperado é que os números não ultrapassem os de 2019 já que os efeitos da pandemia ainda estão presentes, mas será possível girar o estoque. Entidades que representam a categoria apostam em campanhas para aquecer o consumo local.

 

“Estamos buscando incentivar pessoas que residem no Paranhana a consumir em lojas daqui, valorizar o comércio local. Fazemos campanha neste sentido”, diz a presidente do Sindilojas Vale do Paranhana, Nara Rost Kublick. Na mesma linha, a Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Igrejinha e Três Coroas criou um aplicativo, o CDLAPP, para incentivar o consumo local, em que podem ser cadastrados cupons de desconto. “Temos um bom número de empresas participantes, entre comércio, serviços e gastronomia e isso nos alegra. Com isso, vamos garantir um giro no caixa destes associados, assim como oportunizar que a comunidade possa comprar os presentes com um valor abaixo do padrão”, diz o presidente da entidade, Vinicio Morgenstern. Ele complementa dizendo que “não possuímos dados efetivos de pesquisa sobre a intenção de compra do consumidor localmente”. Acredita-se que não deve haver um aumento em relação ao ano anterior nem mesmo manter-se na mesma média. “Mesmo que o ticket médio seja mais baixo ou se reduza a quantidade de presenteados, é natural algum consumo diferenciado da maior parte das pessoas nesta época”, acrescenta o presidente da entidade.

 

Representantes falam

Nara Rost Kublick, presidente do Sindilojas Paranhana
“Acho que os piores meses já passaram, em que lojas foram fechadas. Tenho conversado com lojistas e eles têm boas perspectivas. A maior venda do ano é no Natal porque abrange compras de toda a família”.

Vinicio Morgenstern, presidenta da CDL Igrejinha e Três Coroas
“O mercado fica aquecido muito em parte pelo décimo terceiro e férias que as pessoas recebem e isso abre a possibilidade de realizar compras, tanto para presentear quanto de itens que possam estar precisando para si.”

 

O que mudou

O fim do sistema de cogestão no modelo de distanciamento controlado trouxe mudanças. Em caso de bandeira vermelha, o comércio varejista e atacadista não essencial (rua ou shopping) pode operar com quadro de 50% dos trabalhadores (quando acima de três funcionários), tem funcionamento permitido até às 20 horas, além da obrigatoriedade dos protocolos gerais, como uso de máscara, álcool gel, distanciamento e ventilação natural cruzada.

Como fica em janeiro e fevereiro?

O alto desempenho das vendas em dezembro é acompanhado, via de regra, por uma desaceleração em janeiro e fevereiro. “Pela proximidade do Paranhana com o litoral, diminuem bastante as vendas nesse período, que é a época de veraneio e o pessoal está na praia. A possibilidade das pessoas irem para a praia ou não, devido às bandeiras, vai refletir muito nisso”, diz Nara. Para Vinicio, é arriscado fazer planos neste cenário de incertezas. “Em janeiro de 2020, jamais imaginaríamos que teríamos que enfrentar uma pandemia nessa proporção. O que posso garantir é que, como entidade, estaremos acompanhando as decisões, buscando flexibilizações junto ao governo, pois acreditamos que é possível cuidar da saúde e da economia ao mesmo tempo”, conclui.